Por eleição, aliados pedem que Bolsonaro não comemore golpe de 64
Militares do entorno do presidente Jair Bolsonaro (PL) pedem a ele moderação no dia do aniversário do golpe de 64, 31 de março, data que marca os 58 anos do início da ditadura militar no Brasil (1964-1985). A preocupação de generais próximos do mandatário é em relação às eleições de outubro. Eles querem evitar uma celebração que possa dar combustível a oposição do presidente. A informação é da coluna Painel, da Folha de S. Paulo.
Assessores presidenciais defendem um tom moderado nos discursos, ao contrário dos outros anos da gestão de Bolsonaro, quando a data macabra foi exaltada com desfiles e celebrações. O receio é que o discurso golpista que esteve em vigor até o dia 7 de setembro, quando o chefe do Executivo ameaçava não cumprir ordens de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), retorne faltando poucos meses para as eleições.
Um ministro militar afirma que não é o momento de discursos mais contundentes sobre o assunto. Ele revela que quando Bolsonaro fala de 31 de março atualmente, se refere ao prazo para que ministros que vão disputar a eleição deixem o cargo. De acordo com essa fonte, pensar os substitutos para esses ministros é uma das principais preocupações do mandatário no momento.
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Bolsonaro sempre fez comemorações do golpe de 64
Nos outros anos da gestão Bolsonaro, o aniversário do golpe militar de 64 foi celebrado com desfiles e discursos exaltando a data que marca o início da ditadura no Brasil. Em 2019, por exemplo, o presidente da República determinou o Ministério da Defesa organizar comemorações em unidades militares.
A coluna Painel, da Folha de S. Paulo, questionou o Ministério da Defesa se alguma comemoração está sendo preparada para este ano. A pasta respondeu que ainda não tem informações.