“Atos contra o STF, voltam-se contra a democracia”, diz Cármen Lúcia após ataques de Bolsonaro
Nesta quinta (09), a ministra Cármen Lúcia, do STF, afirmou que a Corte não se fechará e não será atingida por ataques dirigidos pelo presidente. As declarações ocorreram em uma homenagem prestada pela magistrada ao ministro Luiz Fux, que, na sexta-feira (10), completa um ano na presidência do Tribunal. Com informações do R7.
No feriado do 7 de Setembro, aniversário da Independência do Brasil, Bolsonaro chegou a dar um ‘ultimato’ a Fux, ameaçou descumprir decisões judiciais do ministro Alexandre de Moraes, relator de investigações que atingem a base bolsonarista e o próprio chefe do Executivo, e pedir sua destituição.
Leia também
1; Sem trégua: STF manda ‘indireta’ para Bolsonaro e mostra presente da Corte de Haia
2; Câmara derruba quarentena eleitoral para militares em Novo Código Eleitoral
O que disse a ministra
“Somos um tribunal. Nenhum juiz atingido é atingido isoladamente. Qualquer afronta atinge a todos. Esse STF não se verga, não se destrói, não se fecha, porque ele é a projeção da Justiça”, declarou Carmen Lúcia. “Tempestade não é pra timoneiro fraco, senhor presidente”, completou a magistrada.
“Atos de afronta à autoridade de decisões judiciais não se voltam singelamente contra o STF, voltam-se contra a democracia, aqui ou em qualquer lugar no planeta, como lembra sempre o ministro Luís Roberto Barroso. Não se afronta a autoridade do Judiciário, afonta-se a autoridade de constituições”, respondeu Cármen Lúcia sem citar nominalmente o presidente. Ela afirmou ainda que o ‘Brasil é mais que uma pessoa ou um ato de voluntarismo’.