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‘CEO ativista’ captou R$ 17,5 milhões para cooperativas do MST e quer financiar indígenas e quilombolas

João Paulo Pacífico, fundador do Grupo Gaia Foto: Divulgação

Sete cooperativas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) concluíram a captação de R$ 17,5 milhões no mercado de capitais, em uma operação inédita estruturada por João Paulo Pacífico, fundador do Grupo Gaia, autointitulado um “CEO ativista”.

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CEO ‘ativista’ pode ajudar indígenas

Num desabafo publicado esta semana em suas redes sociais, após o período de silêncio imposto pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ele falou sobre os desafios que enfrentou para conseguir levar adiante a operação.

A oferta chegou a ser suspensa pela CVM no início de agosto, após a autarquia alegar que o prospecto não deixava claro que as cooperativas tinham vínculo com o MST. É que, segundo Pacífico, o vínculo é ideológico, não legal.

Após o sucesso da emissão dos certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) para as cooperativas de produtores orgânicos, ele planeja financiar quilombolas e indígenas.

Com informações do jornal O Globo.

DCM apura diálogos da Operação Spoofing

No dia 26 de junho de 2019, os jornalistas Andrew Fishman e Leandro Demori publicaram uma reportagem no site The Intercept Brasil relatando as vantagens financeiras que o procurador Deltan Dallagnol teve com palestras decorrentes de sua fama como coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato.

De acordo com as mensagens de Telegram hackeadas, Dallagnol participou de um encontro privado organizado pela XP Investimentos em junho de 2018. Naquele ano, ele afirmava em conversas que chegou a faturar R$ 400 mil em eventos e vendas de livros.

Os repórteres relatam ainda uma palestra paga em 2017: “Um ano antes do encontro secreto com grandes investidores, Dallagnol já tinha dado uma palestra numa conferência da XP Investimentos. Ele recebeu R$ 33.250. O evento aconteceu quando as palestras do procurador já eram foco de muito escrutínio da imprensa e do próprio Ministério Público. A preocupação, à época, era tanta que um assessor sugeriu que seria uma boa ideia barrar a imprensa dos eventos em São Paulo e no Rio”.

DCM teve acesso a um documento de oito páginas sobre uma palestra por quase o dobro do preço. A Cooperativa de Crédito de Livre Admissão do Sudoeste Goiano, que fica em Rio Verde, município de Goiás, contratou o serviço do procurador Deltan Dallagnol pelo preço de R$ 63 mil.

Leia a reportagem exclusiva aqui.

João Paulo Pacífico, fundador do Grupo Gaia Foto: Divulgação