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Cerca de 3 mil pessoas se reúnem em primeiro grande ato em defesa da Justiça do Trabalho

Manifestantes protestam em defesa da Justiça do Trabalho

Nesta segunda-feira, 21, um primeiro grande ato em defesa da Justiça do Trabalho marcou o lançamento nacional de movimento pela manutenção da instituição, criada há mais de 70 anos. Organizada após declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, de que pretende enviar ao Congresso Nacional uma proposta para acabar com esse ramo do Judiciário, especializado na regulação das relações trabalhistas, a iniciativa foi impulsionada pelos representantes da população usuária da Justiça do Trabalho, os advogados trabalhistas, e imediatamente abraçada por entidades de servidores, juízes e mais de 30 segmentos da sociedade civil.

O evento realizado em frente ao Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, o maior do país, foi organizado pela AATSP (Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo) em parceria com a AMATRA-2 (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região), SINTRAJUD (Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo), MATI (Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes) e a FENADV (Federação Nacional dos Advogados). Manifestações similares aconteceram em outros dez estados.

Ato foi realizado em frente ao Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, o maior do país

“Jair Bolsonaro, o brasileiro quer Justiça do Trabalho”, puxou as palavras de ordem o presidente da AMATRA-2, o juiz Farley Ferreira, logo após discursar em cima de um carro de som para um público de aproximadamente três mil pessoas. O magistrado afirmou que o presidente da República recebeu informações erradas sobre a Justiça do Trabalho. “O presidente precisa nos conhecer melhor, conversar e discutir com a sociedade antes de encaminhar uma proposta para o Congresso Nacional que tire das mãos de juízes especializados as ações que tratam da relação capital-trabalho”, afirmou o representante dos juízes e juízas da 2ª Região, que engloba São Paulo capital, região metropolitana e Baixada Santista – o maior regional do país, o TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho).

“Me perguntaram, ‘por que este ato agora?’. Porque, ao que eu me lembre, nunca se havia ouvido de um presidente da República uma palavra que pudesse significar uma ameaça à Justiça do Trabalho”, afirmou o presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), juiz Guilherme Feliciano, que participou do ato em frente ao Fórum Trabalhista Ruy Barbosa representando magistrados trabalhistas de todo o país. No próximo dia 05 de fevereiro, a Anamatra realizará um ato em caráter nacional em Brasília.

“Temos de nos preparar, pois o ano de 2019 vai ser um ano intenso de lutas pela Justiça do Trabalho e contra a PEC 300, que quer ampliar a jornada diária de trabalho para dez horas”, disse o representante do Sintrajud, Henrique Sales Costa.