Com Bolsonaro, 10 milhões de pessoas entraram na extrema pobreza

Foto: Reprodução/Marcos Corrêa/PR
O Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), em setembro deste ano, registrou o maior número de pessoas em extrema pobreza no Brasil descde sua criação, em 2001. Durante o governo do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), de 2019 até 2022, o número de pessoas que vivem em extrema pobreza aumentou em 10 milhões.
Ao todo, foram contabilizados 49 milhões de brasileiros, ou seja, 23% da população, que afirmaram não possuir renda suficiente para sobreviver e precisam de auxílio governamental. Em dezembro de 2018, foram registrados 39 milhões de brasileiros nessa condição.
Durante a campanha de reeleição do presidente, R$ 21 bilhões extras foram distribuídos para eleitores durante campanha e, ainda assim, existem 49 milhões de brasileiros na miséria.
Na última terça-feira (18), Bolsonaro liberou a quarta parcela dos auxílios “Caminhoneiro e Taxista” e 670 mil motoristas receberam o dinheiro do auxílio, porém, cada um deles já havia recebido mais R$ 1 mil antes da data prevista, a menos de duas semanas do segundo turno.
De acordo com a legislação brasileira, pessoas que vivem em famílias com renda per capita de até R$ 105 por mês, entram na classificação de “extrema pobreza”. O governo consegue definir quem tem direito a receber o Auxílio Brasil e outros benefícios sociais com a renda informada pelas famílias ao CadÚnico.
Segundo o colunista Carlos Medeiros, do UOL, os dados completos podem ser vistos diretamente no site do governo federal.
“Há alguns pontos coincidentes na área econômica que ajudam a entender essa alta. Em 2020, o número somado de desempregados, desalentados e trabalhadores em tempo parcial era de 27 milhões, ou 4 milhões a mais do que no ano anterior. Esse número se mantém elevado nos anos recentes”, afirmou o professor Cícero Péricles, que também é pesquisador de economia popular da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
O professor relembrou que, nesse período, a inflação cresceu com pressa, especialmente no que se refere aos preços de itens básicos como alimentos e transporte. Entre janeiro de 2019 e setembro de 2021, o acumulado do Índice de preços no consumidor (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chegou a ter 24,8 pontos percentuais.
“A combinação de desemprego alto e inflação acelerada causa a queda da renda média. Por sua vez, isso ajuda a explicar o endividamento de 80% dos brasileiros e uma taxa de inadimplência de 40%. É esse empobrecimento que tem motivado a procura por algum benefício conseguido por meio do CadÚnico”, explicou.
Ainda assim, com os resultados do primeiro turno, em apenas uma semana, o governo esvaziou os cofres públicos e mais de R$ 15,7 bilhões foram direcionados para novos benefício.