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Com sequelas após coronavírus, advogada vai à justiça contra Bolsonaro por promover o kit covid

Bolsonaro segura caixa de cloroquina. Foto: Caroline Antunes/Fotos Públicas
Bolsonaro segura caixa de cloroquina. Foto: Caroline Antunes/Fotos Públicas

Manuela Menezes tem 34 anos e está enfrentando sequelas deixadas pela Covid-19, como perda de memória e queda de cabelo. No tratamento da doença, ela utilizou os medicamentos do chamado “kit covid” e agora está entrando com uma ação na Justiça Federal da Bahia querendo ser indenizada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), por ele ter promovido o tratamento com remédios ineficazes contra o coronavírus.

O valor da indenização que Manuela pede é de R$ 571 mil. Se vencer na justiça, ela anunciou que pretende doar o valor para auxiliar no combate a pandemia em sua cidade.

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Manuela, que é advogada, teve covid-19 duas vezes em 2021. Ela chegou a ser internada e recebeu, no hospital, o tratamento com azitromicina e ivermectina, dois medicamentos que fazem parte do “kit covid” e que não possuem eficácia cientificamente comprovada. Durante toda a pandemia, Bolsonaro divulgou os medicamentos como se fizessem efeito.

De acordo com ela, seu médico à época citou o presidente para convencê-la a aceitar os remédios.

“Tenho problemas psicológicos e físicos. Estou tomando medicamentos devido às sequelas que tive da Covid e um dos efeitos colaterais é estar proibida de dirigir. São remédios para pessoas que têm acima de 70 anos, para memória”, contou a advogada ao portal Metrópoles.

Por tudo que está passando, a advogada quer R$ 571 mil da União. A ação vai ser julgada na 1ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária da Bahia (SJBA).

“Estou passando situações vexatórias no meu trabalho. Tenho dores de cabeça diariamente. Não consigo nem mais pentear meu cabelo com rabo de cavalo, pois meu cabelo cai muito deste então, tenho vários buracos. Cheguei ao ponto de pensar se foi bom ter sobrevivido à covid; se isso é uma benção ou uma maldição. O que espero de um governante é que ele seja responsabilizado. Queria que as autoridades tivessem mais atenção aos sobreviventes do vírus”, declarou Manuela.

Com informações do Yahoo! notícias