“Como a mãe permitia que Jairinho continuasse a conviver com o nosso filho?”, questiona o pai de Henry

A jornalista Vera Araújo entrevistou Leniel Borel, o pai do menino Henry, no jornal Extra.
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Henry foi desejado pelo casal?
Henry sempre foi muito desejado por mim. Uma ultra que ela fez mostrou que o parto deveria ser antecipado em duas semanas. Ele nasceu bem branquinho, com 2,5 quilos, era bem pequenininho, mas depois ganhou peso, menino lindo. Como foi o primeiro filho, ela teve muita dificuldade para amamentar. Acho que deve ser difícil mesmo. Mas curtiu ele também.
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O que causou o desgaste na relação?
Foram diversas coisas. A distância foi uma delas. Quando eu a conheci, trabalhava embarcado: 21 dias fora, 21 em casa. Trabalhei em Macaé, no Estado do Rio; e em Aracruz, no interior do Espírito Santo. O melhor momento da minha vida, por incrível que pareça, foi durante a pandemia, porque eu pude ficar desde março do ano passado em casa. Era um tempo que eu nunca tinha vivido com eles. Para mim, estava ótimo. Eu trabalhava em casa, ficava com a Monique e meu filho em tempo integral. Para ela, não sei. Não gostava de ficar em casa. Sempre foi muito consumista, gastava muito. Também era muito ligada à beleza, ao corpo. Só veste roupas de grife, usa joias. Era preocupada em ter as coisas. Eu, como marido, posso ter errado ao tentar dar tudo para ela e não colocar um freio.
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Acha que ela teve um caso com Jairinho enquanto estavam casados?
Eu só fui saber que eles estavam juntos em novembro do ano passado. Fui pegar o Henry para passar um fim de semana comigo e ela disse que iria para Petrópolis com as amigas. A gente já estava separado. Aí, uma amiga em comum me mandou uma foto da Monique com Jairinho. Eu disse: “Legal que ela esteja com alguém”. Não sabia quem era Jairinho.
De acordo com as conversas recuperadas pela polícia no celular da Monique, ela sabia das agressões ao Henry. Por que ela teria escondido isso de você?
Pois é. Por que ela não falou comigo? Podia ter sumido com o Henry enquanto ela investigava, conhecia ele melhor. Se ela tinha essa dúvida, como é que, como mãe, permitia que Jairinho continuasse a conviver com o nosso filho?
Tem algum palpite para ela não ter feito nada a respeito?
A ganância é muito clara para mim. Ela trocou a vida que tinha numa casa em Bangu para ir para um condomínio de luxo na Barra da Tijuca. Passou a ter um bom emprego (no Tribunal de Contas do Município). Imagino que o que a gente tinha não era muito bom para ela. A Monique queria muito mais. Eu dei carro, dei cartão de crédito. Dei tanta coisa para Monique nessa vida.
Você acha que ela pôs o filho em risco pelo luxo?
Está muito claro para todo mundo que a Monique sempre quis um pouco mais. Esse lado narcisista dela aparece nas fotos que fazia. Ela sempre aparece na frente, Henry atrás. Eu sempre estava em último plano. Em dez anos de casamento, era ela sempre na frente e todo o resto para trás.
Segundo as trocas de mensagens com a babá, ela teria pensado em instalar uma microcâmera no apartamento do casal para flagrar as agressões.
A Monique falou para mim que tinha uma câmera no quarto. Ela teve oportunidade para me contar. Poderia ter ajudado. Como é que ela vai dormir ao lado de alguém que matou o filho dela?
Você se ressente de não ter feito algo de imediato?
Como eu iria imaginar que algo assim fosse acontecer. Que havia pessoas assim tão más. Um psicopata, instruído, nível superior. Me apresentaram Jairinho como médico, um vereador, não como uma pessoa esclarecida que gosta de machucar, bater numa criança.
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