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Covarde diante do impeachment, Maia vai construir frente de direita contra Bolsonaro para 2022

Rodrigo Maia (Evaristo Sá/AFP)

De Bruno Góes no Globo.

Presidente da Câmara dos Deputados por três mandatos, Rodrigo Maia (DEM-RJ) encerrará no dia 1° de fevereiro um ciclo político. Ao longo de cinco anos, capitalizou e construiu uma agenda do parlamento, cujo símbolo mais evidente é a reforma da Previdência. Em meio à crise política, oscilou bons e maus momentos na relação com o governo. Antes aliado de líderes do centrão, agora se afasta deles para tentar eleger seu sucessor.

A postura diante de Jair Bolsonaro é de confronto. O impeachment é cogitado abertamente, desde que haja uma aceitação maior na sociedade. Durante o mandato de Michel Temer, por outro lado, Maia teve papel fundamental para preservar o governo — articulou a favor do arquivamento de duas denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em março de 2019, quase um mês após o governo Bolsonaro enviar a proposta de reforma da Previdência ao Congresso, Maia era achincalhado por bolsonaristas nas redes sociais. No dia 18, após sair de uma palestra da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio, foi advertido sobre o dono do perfil que irradiava os ataques: Carlos Bolsonaro. Naquele momento, decidiu revidar pela primeira vez: qualificou o governo como um “deserto de ideias”.

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