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Covas gasta R$ 652 mil para cercar Praça Pôr do Sol, em bairro nobre de SP

Bruno Covas. Foto: Reprodução/Facebook

De Priscila Mengue no Estado de S.Paulo.

Prefeitura de São Paulo iniciou a instalação de alambrado e portões no entorno de toda a área da  Praça Coronel Custódio Fernandes Pinheiro, também conhecida como Praça Pôr do Sol, em Alto de Pinheiros, zona oeste da cidade. Com custo de R$ 652,9 mil, a obra foi realizada a pedidos da Associação Amigos do Alto de Pinheiros (SAAP) e da Associação de Moradores de City Boaçava, mas divide opiniões de frequentadores e da população do entorno.

Segundo a gestão Bruno Covas (PSDB), a iniciativa tem o objetivo de “facilitar o controle de pessoas para não causar aglomeração” durante a pandemia da covid-19 e facilitar a “conservação do local, que contém características de parque e recebe grande quantidade de frequentadores”.

Iniciada em 11 de dezembro, a obra tem prazo de execução de 60 dias e, portanto, deve ser entregue na próxima semana. Ela é realizada por uma empresa privada, contratada pela Subprefeitura de Pinheiros.

Os horários de funcionamento e a capacidade máxima de ocupação estão em fase de estudos.“Foram instalados alambrados em vez de grades, por ser mais econômico. Os tijolos vistos nas imagens são apenas para sustentação do material”, acrescentou a Prefeitura, por meio de nota. O alambrado substituirá um cercamento provisório com tapumes, colocado em abril do ano passado após o registro de aglomerações e que teve o custo de R$ 800 mil.

Com 28 mil metros quadrados, a praça atrai também moradores de outras regiões e turistas, especialmente pelo pôr do sol. Em 2019, passou por outra obra, de R$ 350 mil (obtidos via emenda de um então vereador), o que incluiu a construção de escadas de acesso e a implantação de dois playgrounds e um cachorródromo.

A nova obra divide opiniões. Morador do entorno, o empresário e doutor em urbanismo Hugo Louro e Silva, de 39 anos, critica a iniciativa. “Grades não representam segurança, representam que o espaço não pertence a quem está do lado de fora”, alega.

“Há anos eles (as associações) querem que a praça passe a ser uma propriedade de quem mora, com acesso de quem mora, controlado, do que um bem público naquela região. A associação está usando a pandemia como um álibi para executar um ato com custo para os cofres públicos e de exclusão social descarada.”

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