CPI recebe documentos que ligam advogada de Bolsonaro a lobistas da Precisa Medicamentos
A advogada do presidente Jair Bolsonaro, Karina Kufa, virou alvo da CPI da Covid-19. A comissão quer investigar a ligação entre ela e lobistas da Precisa Medicamentos. Foi feito a quebra de sigilo do telefone de Marconny Albernaz Faria com mensagens que precisam ser esclarecidas.
De acordo com a CBN, as conversas que estão em posse da CPI têm registros a partir de maio do ano passado. As mensagens mostram que foi Karina quem apresentou Marconny ao lobista José Ricardo Santana. O segundo é amigo do ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias.
A reunião ocorreu na residência de Karina em 24 de maio de 2020. Depois do encontro, Marconny e Santana se tornaram uma ponte entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos.
Ricardo era amigo de Dias, ex-diretor do Ministério da Saúde. Já Marconny possuía o contato com o sócio da Precisa, Danilo Trento. Foi em torno disso que as conversas para facilitar os contratos da Precisa com a pasta para compra de testes ganharam força.
As mensagens deixam claro a ação da Precisa para beneficiar a empresa no contrato de venda. Ao todo, foram 12 milhões de testes de Covid. Marconny também teria tentado usar a influência de Kufa para indicações políticas. Além disso, ele tentou uma aproximação de Danilo Trento com Eduardo Bolsonaro.
Marconny mandou uma mensagem em 3 de junho falando que estava com Eduardo no escritório de Karina. Só que Danilo declarou que já conhecia o filho do presidente.
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Advogada de Bolsonaro se defende
O senador Renan Calheiros, relator da CPI da Covid, afirmou que os dois citados podem ser chamados para depor na comissão.
Karina Kufa se posicionou em nota para CBN. Ela disse que “não tem e nunca teve relações comerciais com Marconny e nem com Ricardo Santana. Ela ainda disse que “desconhece qualquer atividade do advogado em relação a empresas na área da saúde”.