CPI: Relatório de Renan causa briga no grupo do WhatsApp

No WhatsApp da CPI da Covid, senadores bateram boca por conta do relatório de Renan Calheiros. Eles ficaram revoltados com a publicação de trechos do documento final pela imprensa. Reclamaram que o relator descumpriu o compromisso de que ninguém teria acesso aos papéis antes deles.
Segundo a coluna de Malu Gaspar no Globo, Renan discutiria o relatório com os senadores na sexta (15) e acataria sugestões nesta semana. Omar Aziz foi o mais indignado com os vazamentos e ameaçou não votar o documento sem discussão prévia.
Alguns membros do colegiado dizem que alguns crimes contra Jair Bolsonaro não se sustentam. Afirmam que alguns trechos vão servir para Augusto Aras arquivar o relatório por falta de substância.
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Senadores da CPI querem mudanças no relatório
Há três pontos que causam divergências nos senadores. Um deles é a responsabilidade do presidente por onze crimes, especialmente homicídio qualificado. Alguns dizem que quatro ou cinco crimes seriam o suficiente para responsabilizá-lo pelas 600 mil mortes.
Em relatório alternativo, Alessandro Vieira atribuiu cinco crimes a Bolsonaro: responsabilidade, epidemia, infração de medida sanitária, incitação ao crime e crime contra a humanidade. Outros parlamentares citam prevaricação, omissão e crime contra a saúde pública.
A maior parte acredita que não há elementos para indiciar Flávio Bolsonaro por advocacia administrativa pela Precisa. Nem todos os senadores concordam com a acusação de genocídio contra indígenas. Quatro deles dizem que houve descaso, mas não uma matança generalizada contra os povos.
Nesta segunda (18), os senadores discutem o documento e Renan recuou, diante da possibilidade de não ter unanimidade nos pontos polêmicos. Após a reunião, ele deve fazer mudanças no relatório e começar a discutir o documento na quarta (20).