Gestão Bolsonaro: verba para combate à violência contra mulher é a menor em anos

(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Em 2022, o orçamento para combate à violência contra a mulher atingiu o nível mais baixo durante o governo Bolsonaro. Os investimentos nesta área são feitos pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, comandado pela pastora Damares Alves.
Um levantamento do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) indica que o total de recursos previstos para as mulheres neste ano é de 43,2 milhões. Foram 61,4 milhões em 2021, 132,5 milhões em 2020 e 71,9 milhões em 2019.
“Esse recurso já foi muito maior, inclusive com uma execução muito melhor. Isso mostra que existe uma capacidade de gastar mais. O órgão hoje tem recursos que não são executados”, disse a porta-voz do Inesc, Carmela Zigoni.
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Damares sempre investiu pouco no combate à violência contra a mulher
O investimento da pasta de Damares nessa área nunca foi grande coisa. Entre 2019 e 2020, o Ministério da Mulher executou aproximadamente 50% do valor autorizado para políticas de enfrentamento à violência. A quantia não passou de R$ 15 milhões em cada ano.
No ano passado, o valor aumentou um pouco. Foram gastos R$ 44,2 milhões, porém R$ 31,2 milhões eram classificados como “restos a pagar”, referente a compromissos assumidos em anos anteriores.
Em 2014, quando a presidente era Dilma Rousseff (PT), foram autorizados para a mesma política pública R$ 273,3 milhões, sendo que R$ 184,3 foram utilizados de fato.
Damares não usou nem metade do orçamento para ajudar minorias
O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos não usou nem metade do orçamento durante todo o ano de 2021 para ajudar minorias. No total, apenas 43,8% dos recursos chegaram a ser realmente pagos. A pasta chefiada por Damares fechou o terceiro ano com mais dinheiro parado do que gasto em ações que acolhem mulheres, crianças, idosos e grupos minoritários.
Dos R$ 482,7 milhões que estavam planejados inicialmente, somente R$ 211,4 milhões tiveram a destinação cumprida.
De acordo com dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo Federal, analisados pelo (M)Dados do Metrópoles, mostram que a conta não fecha. De todas as ações para acolhimento às mulheres, houve, na verdade, empenho de 87,3%. Mas, somente 19,3% tiveram pagamento efetivo.
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— DCM ONLINE (@DCM_online) February 28, 2022