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Deltan não se sentia “confortável” em “endossar Moro” com relação ao padrinho Zucolotto

Da coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo:

Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Foto: AFP

O procurador Deltan Dallagnol afirmou a colegas do Ministério Público Federal, em 2017, que não se sentia “confortável” em endossar “totalmente” a defesa que Sergio Moro fazia de um grande amigo dele, Carlos Zucolotto Junior.

Advogado trabalhista, ex-sócio de Rosangela, mulher de Moro, e padrinho de casamento deles, Zucolotto estava sendo acusado na época de intermediar negociações paralelas na Operação Lava Jato em troca de pagamentos por meio de caixa dois.

A denúncia foi feita pelo advogado Rodrigo Tacla Duran, investigado pela força-tarefa da Lava Jato, e publicada no dia 27 de agosto de 2017 pela Folha. (…)

Ele deixa claro ao juiz que não queria divulgar nota alguma sobre o caso –a não ser que Moro pedisse.

“A princípio não íamos fazer nada, pois uma nota acaba gerando uma segunda onda de notícia. Que a [colunista da Folha] Mônica Bergamo ia publicar, não tinha dúvida. Da maneira como publicou fica claro que não foi adianta na tentativa de investigar os fatos. Estamos monitorando as repercussões. Se a reportagem reverberar em outros órgãos de imprensa sérios, é o caso de posicionamento. Mas se você quiser que façamos nota, nós faremos hoje mesmo”.

Em seguida, Deltan diz aos colegas: “Talvez seja o caso de fazermos uma nota, apesar de objetivamente não ser o caso, somente para dar suporte ao Moro”.

E então ele conclui: “Prefiro notas curtas, pois não me sinto confortável em endossar totalmente o Moro em relação ao Zucolotto”.

A força-tarefa de Curitiba acabou divulgando uma nota com onze parágrafos em que dizia “repudiar” as acusações de Tacla Duran contra o amigo de Moro.