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Deputada aciona PGR contra Damares e Bolsonaro pelo genocídio Yanomami

Montagem de fotos de Camila Jara e de Bolsonaro com Damares
Camila Jara acionou PGR contra Damares e Bolsonaro – Reprodução

A deputada federal Camila Jara (PT-MS) protocolou na Procuradoria-Geral da República  (PGR) uma notícia crime para investigar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a senadora eleita e ex-ministra das Mulheres, Damares Alves (Republicanos), o ex-presidente da Funai Marcelo Xavier e o ex-ministro-chefe do GSI general Heleno, pelo genocídio do povo Yanomami em Roraima.

O documento foi entregue na última sexta-feira (27) e, nele, a parlamentar pede que a apuração e a responsabilização pelos crimes contra administração pública e o genocídio Yanomami. A congressista se baseou em um relatório produzido pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) em 2019.

O documento indica “possível corrupção envolvendo o parentesco de garimpeiros, militares do Sétimo Batalhão de Infantaria da Selva (BIS) e a prática de vazamento de informações sobre operações de combate à atividade ilegal de garimpo, bem como de pagamentos de propina para permitir a circulação de ouro ou drogas”.

De acordo com o Poder 360, Jara ainda anexou uma reportagem da Folha de S.Paulo, “para que não restem dúvidas”. “Parece, em verdade, haver uma crise efetivamente artificial e planejada: de um lado, o Governo Bolsonaro permitiu que os garimpeiros procedessem ao exaurimento dos recursos naturais nos seios das TIs [terras indígenas] Yanomami”, disse ela.

“O que naturalmente tornou quase impossível a subsistência dos povos indígenas, com danos mais gravosos ao desenvolvimento das crianças […] após instaladas as doenças esperadas diante desse cenário de exaustão ambiental propiciada pelos garimpeiros, não forneceu a assistência básica à saúde aos povos indígenas”, completou.

Para a deputada federal, o relatório da Funai aponta “ineficiência” na proteção aos indígenas Yanomami: “Acaba-se com os alimentos e não se fornecem quaisquer medicamentos ou outros mecanismos de subsistência sanitária. É um pernicioso jogo de perde-perde para as populações indígenas que habitam a TI Yanomami”.

No documento, ela afirma que Bolsonaro, Damares, Marcelo Xavier e general Heleno tinham conhecimento do cenário em que o povo indígena vivia há mais de três anos. “Desde 2019 essas condições eram sabidas pelas autoridades aqui denunciadas e nada foi feito para mudar o quadro, de modo que, o conluio formado por Bolsonaro, garimpeiros, integrantes do exército, o ex-presidente da FUNAI, a ex-ministra Damares e o ex-chefe do GSI, se transformou numa verdadeira organização anti-indígena”, pontuou.

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