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Embaixador vai à Justiça contra assédio moral e perseguição no Itamaraty de Ernesto Araújo

Ernesto Araújo. (foto: Evaristo Sá/AFP)

De Edoardo Ghirotto na Veja.

O embaixador Paulo Roberto de Almeida ingressou nesta semana com uma ação na Justiça Federal do Distrito Federal para responsabilizar a União por ações de assédio moral e de perseguição no Ministério das Relações Exteriores. Almeida afirma que tem sofrido “retaliações financeiras” desde que começou a criticar publicamente o trabalho do chanceler Ernesto Araújo.

Com 42 anos de carreira, o diplomata foi demitido em março de 2019 do cargo de diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI) e acabou alocado na Divisão de Comunicações e Arquivo, onde são exercidas funções de caráter burocrático. Na ação judicial, Almeida afirma que está há quase um ano sem receber nenhuma incumbência.

Em setembro de 2019, VEJA contou a história de Paulo Roberto de Almeida e de outros colegas de vasta carreira no Itamaraty que estavam no ostracismo por serem considerados desafetos de Ernesto Araújo. Há ao menos dezesseis diplomatas nessa situação. O custo desse desperdício de experiência é de cerca de 4,5 milhões de reais por ano.

Almeida decidiu entrar na Justiça após o Itamaraty lhe imputar “dez faltas injustificadas” em março, o que reduziria o pagamento a que tem direito. Situação semelhante já havia ocorrido no início do ano, quando o embaixador recebeu apenas 210 reais de salário no mês de janeiro. O desconto de 99% da remuneração se deu sob a alegação de que ele teria de indenizar o Itamaraty por outras 20 faltas injustificadas entre maio e agosto de 2019.

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