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Empresário vende startup à PagSeguro, entra em disputa milionária após calote e acaba preso

Empresário Fábio
Fábio diz que levou um calote milionário da gigante de pagamentos. A PagSeguro o acusou de má gestão – Foto: Gabriela Di Bella para o Intercept Brasil

O empresário Fábio Souza Lima, de 35 anos, viveu uma história de sufoco durante os últimos anos. Após vender sua startup à PagSeguro em um contrato milionário, ele acabou dividindo por quatro dias uma cela superlotada no Centro de Detenção Provisória Pinheiros II, em São Paulo, após dois anos de conflitos judiciais com a fintech bilionária do UOL, que é ligado ao Grupo Folha.

Fábio acredita ser vítima de uma conspiração e denuncia estar sofrendo racismo. O contrato foi fechado em dezembro de 2018 por R$ 15,8 milhões. Fábio acusa a PagSeguro de ter cometido um calote milionário. A alegação levou à disputa judicial complexa que culminou em sua prisão.

No contrato, a Tilix foi vendida à PagSeguro por R$ 15.810.000. Deste valor, apenas R$ 10 mil foram pagos à vista. O restante seria depositado em parcelas variáveis a depender dos cumprimentos das metas da Tilix entre 2018 e 2021. Entretanto, na realidade, a PagSeguro demorou mais de nove meses para implementar a tecnologia da Tilix, o que congelou sua atuação e, consequentemente, o lucro da empresa em 2019.

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PagSeguro acabou com o negócio

Fábio acusa a PagSeguro de ter “sentado” na sua tecnologia, impedindo que ela lucrasse no primeiro ano para deliberadamente não ter que pagar os sócios da Tilix naquele período. Confira a história completa na The Inte

“Minha vida se transformou num inferno”, contou Fábio. Ele Também relata a experiência na prisão: “Foi uma experiência horrível. Dormi no chão, praticamente no banheiro em uma cela superlotada. Eu fui morador de comunidade e meus pais nunca tinham passado por isso, um filho preso, ainda mais por um crime absurdo”.

Fábio foi acusado de cometer coação no curso do processo, ou seja, “usar de violência ou grave ameaça com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em um processo judicial, policial ou administrativo” contra uma testemunha de um processo penal aberto a partir de uma comunicação da PagSeguro contra ele.

Até hoje, Fábio e os demais sócios da Tilix receberam apenas R$ 10 mil pela venda da empresa.