Ernesto Araújo considera “terrivelmente injusto” que Brasil seja visto como ameaça global

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, considera “terrivelmente injusto” o Brasil ser visto como ameaça global por ter se tornado o epicentro da pandemia da covid-19, com recorde de novas mortes e infecções pelo coronavírus e celeiro de uma cepa com maior poder de transmissão. O alerta de que o descontrole da doença no País poderia colocar em risco o resto do mundo foi feito pela própria Organização Mundial de Saúde (OMS), no início do mês.
Ernesto Araújo reage ao que considera “discriminação” com o Brasil e pontua que prometida “solidariedade” dos países ricos na distribuição mais igualitária de imunizantes não existiu até agora. O chefe da diplomacia bolsonarista, porém, desacredita a tentativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), provável adversário eleitoral de Bolsonaro, de servir como interlocutor junto ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para propor uma reunião do G-20 sobre vacinas. “Lula não tem credibilidade nenhuma”, diz o chanceler.
Ícone de militantes conservadores, criticado por diplomatas e com a demissão cobrada dentro e fora do governo, o ministro afirma não se sentir ameaçado por desempenhar um trabalho em nome do presidente e não pessoal: “Tenho certeza que não há nada desse tipo sendo pensado. Meu trabalho não é meu, é a implementação de uma agenda de política externa que o presidente traz desde a campanha”.
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