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“Estou cansada desses bandidos do MST que invadem terras e surram velhos casais”, disse Lya Luft

A escritora Lya Luft viralizou após dar uma entrevista à Folha e falar sobre seu arrependimento em ter apoiado o presidente Jair Bolsonaro. Segue o trecho de uma entrevista sua ao Estadão em 2006:

Já chegou às lojas o livro “Em Outras Palavras” (Editora Record, 226 páginas), que reúne 54 das crônicas produzidas pela escritora gaúcha Lya Luft para sua coluna semanal Ponto de Vista publicada pela revista “Veja”. O volume, que já sai com uma tiragem de 30 mil exemplares (dez vezes mais que a habitual, no Brasil), deve repetir o êxito de “Perdas & Ganhos”, que teve direitos vendidos para 15 países e ficou 80 semanas consecutivas na lista dos mais vendidos.(…)

Ao falar do problema das drogas, em seu livro, você diz que os usuários delas empurram para a morte esses meninos recrutados pelo tráfico. Você diria que o usuário deve ser penalizado tão severamente como o traficante? É difícil definir o que é um usuário e um traficante. Há o sujeito que usa a droga por ser doente, dependente dela, mas o álcool também provoca dependência e é uma droga lícita. Não sou puritana ou moralista, mas acho um absurdo todos esses atores e atrizes de televisão fazendo propaganda de bebida alcoólica e influenciando adolescentes que, apesar da lei, compram bebida sem maiores problemas no Brasil.

Você tem uma natureza otimista, mas admite que é mínima sua esperança de ver o Brasil renascer mais limpo, como uma fênix, depois de todas essas recentes denúncias de corrupção… Sou otimista, mas não sou boba. Estou cansada de ver esses bandidos do Movimento dos Sem-Terra (MST) invadirem terras, surrarem velhos casais de proprietários e seus peões, escrever com fezes nas paredes e matar o gado de fazendas. Eles não são pobres, mas arruaceiros que bebem cachaça, usam celulares e têm ônibus. É possível que o Brasil seja uma fênix que vai renascer mais limpa, mas não tenho grandes ilusões.

(…)