Ex-chefe da Receita nega ter usado a máquina pública para recuperar joias sauditas

Júlio César Vieira Gomes, ex-secretário da Receita Federal, negou ter feito pressão e usado a máquina pública para liberar as joias retidas. Em defesa apresentada à Comissão de Ética Pública da Presidência da República, ele confirmou, no entanto, que foi ao aeroporto para tratar da devolução das joias sauditas, mas alegou que entendeu que a operação estava dentro das regras previstas por lei. A informação é do g1.
Ele ainda afirmou à comissão que só assumiu o cargo dois meses depois da comitiva presidencial voltar da Arábia Saudita com as joias, em dezembro de 2021, e alega que só foi informado sobre o caso ao fim de 2022, quando já ocupava o cargo há um ano.
Segundo o documento entregue à comissão, ele “jamais cogitou a possibilidade de incorporar tais itens ao patrimônio pessoal de autoridades” e havia documentos que indicavam “expressamente” que os bens eram propriedade da União.
Em suas explicações para o órgão, Júlio César argumentou que, “em análise preliminar”, acreditava que o pedido da presidência para recuperar as joias seguia a legislação. Ele justifica que, por conta do valor alto dos itens, cabia ao próprio chefe da Receita autorizar o atendimento do pedido do governo.
O ex-secretário afirma que não soube de outra apreensão de bens envolvendo delegações oficiais do governo e que a decisão da Receita de não entregar os itens a Bolsonaro ou à presidência foi tomada “após devida análise da equipe técnica da Receita Federal de São Paulo e Brasília”.