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“Faria de novo? Não”: dono do Madero se arrepende de frase sobre mortes na pandemia

Junior Dursk, dono do Madero

O empresário Junior Dursk, proprietário do restaurante Madero, concedeu entrevista ao Globo na qual disse que se não falaria de novo a frase dita durante a pandemia de que o país não podia parar por “cinco ou sete mil mortes”.

Leia trechos:

Em 2020, o senhor foi alvo de consumidores irados por sua posição contra o fechamento do comércio na pandemia. O que o “cancelamento” lhe ensinou?

Quando me manifestei, (dizendo que) não pode fechar tudo porque ninguém vai aguentar, nós tínhamos um caixa muito forte. Sabia que o meu time teria de trabalhar. Se vai fechar restaurante, vamos fazer delivery. Para isso, vamos precisar estar dentro da cozinha e trabalhando. E na cozinha ou no escritório, se tiver problema, vai ser na mesma intensidade em contaminação. Eu achava que não dava para parar tudo: e quem não tem estrutura, não tem caixa? No primeiro momento (após a repercussão), lembrei do meu avô, que tinha o açougue na fazenda e mercadinho, e dizia: “Junior, quem abriu comércio não tem candidato, não tem político. Não pode tomar partido muito fácil porque para o negócio não é bom”.

E o que aconteceu?

Para o negócio, não foi nem bom nem ruim. Não teve efeito prático. Se todo mundo diminuiu a venda, como saber? E eu estava ali me culpando por ter prejudicado a companhia porque falei. Aí fomos ver nossas vendas nas mesmas lojas por região. Ficou evidente: São Paulo, ruim. Rio, horrível. Sul do Brasil, muito positivo. Centro-Oeste, muito bom. Se poderia dizer que o Sul seria mais de direita, o Rio menos. Nem sei se era. Quando fomos para o Nordeste, o maior resultado foi na Bahia. Salvador é o maior de todo esse momento. Aracaju era o segundo maior. Fortaleza era ruim. Se era para ter vendas nas mesmas lojas com um efeito porque era mais Lula ou Bolsonaro, então aonde o Lula é mais forte deveria ter caído, mas a Bahia foi o maior (ganho) dele e o maior nosso. Mas, se me perguntar: “Faria de novo?”. Não, eu iria seguir a recomendação do meu avô e tocar a vida. A torcida é muito grande para que tudo dê muito certo. E naquilo que a gente puder ajudar é o que tem de acontecer. O Brasil é um país maravilhoso, forte, com um povo muito trabalhador, uma potência mundial em trabalho, em território, que é abençoado. Já passamos por tanto. Está difícil, mas nunca foi fácil. (…)

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