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Financial Times destaca que Bolsonaro está mais isolado do que nunca

Do Financial Times

A declaração do Ministério da Defesa do Brasil foi compacta – duas sentenças. Mas detonou com o poder explosivo de uma bomba. No mais curto do comunicado, anunciou que os chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica “haviam sido substituídos” em 30 de março. A saída dos principais chefes militares, em protesto contra a demissão do ministro da Defesa no dia anterior, marcou uma ruptura dramática entre o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro e a instituição que ele procurava cultivar tão assiduamente.

A saída repentina dos generais ocorre em meio a um desastre de saúde pública, com um número recorde de mortes por coronavírus, tornou o Brasil o epicentro global da pandemia. A mudança aprofundou a crise política sobre a oposição teimosa de Bolsonaro aos bloqueios e as ameaças do ex-capitão do Exército de usar os militares contra as autoridades locais que tentaram impô-lo.

“Na história da República, nunca houve uma decisão dos três comandantes de renunciar ao mesmo tempo, muito menos em protesto contra o presidente”, diz Carlos Fico, professor de estudos militares da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Nunca houve uma crise dessas dimensões antes”.

As Forças Armadas não são a única instituição que perde a paciência com o Bolsonaro. Uma semana antes, centenas de líderes empresariais proeminentes assinaram um manifesto exigindo ação governamental eficaz para controlar a segunda onda de agravamento da pandemia, que ameaça a recuperação econômica instável do Brasil.

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