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Google diz que bolsonarista Allan dos Santos é “desleal” e tem “comportamento tóxico”

Allan dos Santos – Foto: Alessandro Dantas

A Folha teve acesso a um documento que mostra a manifestação de advogados do Google em disputa na Justiça com o bolsonarista Allan dos Santos, do Terça Livre. Na segunda-feira (16), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu redes sociais de repassar dinheiro ao Terça Livre e a outras páginas de fake news.

Dois dias depois, o blogueiro foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por crime de ameaça contra o ministro Luís Roberto Barroso. O canal do Terça Livre no YouTube, plataforma controlada pelo Google, está fora do ar desde janeiro.

A defesa de Allan vive acusando a empresa de perseguição política. Nesta sexta (20), porém, os advogados do Google deram uma resposta mais contundente. “O que se tem é um caso fácil: um usuário que opta deliberadamente por descumprir as regras aceitas por todos, adota comportamento desleal, omite informações e tenta manipular a narrativa para prosseguir em seu comportamento tóxico”, escrevem os membros dos escritórios Lee, Brock, Camargo Advogados e Barroso Fontelles, Barcellos, Mendonça Advogados, que representam o Google no caso.

O que motivou a denúncia contra Allan dos Santos

A motivação da denúncia foi um vídeo gravado em novembro do ano passado. Na ocasião, o ministro Luis Roberto Barroso havia citado “milícias digitais” e o blogueiro bolsonarista se ofendeu, disparando:

“Tira o digital, se você tem culhão! Tira a porra do digital, e cresce! Dá nome aos bois! De uma vez por todas Barroso, vira homem! Tira a porra do digital! E bota só terrorista! Pra você ver o que a gente faz com você. Tá na hora de falar grosso nessa porra!”.

Denúncia ocorre um dia após TSE desmonetizar Allan dos Santos

Nesta segunda (16), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desmonetizou uma série de canais e sites de blogueiros bolsonaristas. Entre eles estavam Allan dos Santos e o seu blog, o Terça Livre.

Segundo a decisão do corregedor-geral do tribunal Luis Felipe Salomão, ele faz parte de “uma rede vasta, organizada e complexa para contaminar negativamente o debate político”. Entre os valores bloqueados estão doações, pagamento de publicidade e inscrições nas plataformas YouTube, Twitter, Facebook, Instagram e Twitch.

Além dele, foram alvos da decisão Oswaldo Eustáquio, o site Jornal da Cidade On Line, o canal Folha Política, as páginas do Nas Ruas e as redes sociais de Camila Abdo.

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