14 governadores assinam nota de apoio a ministros do STF após ameaça de Bolsonaro

Após Jair Bolsonaro anunciar que vai pedir o impeachment de dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), governadores emitiram uma nota de apoio aos magistrados.
A solidariedade se dá “em face de constantes ameaças e agressões”.
“O Estado Democrático de Direito só existe com Judiciário independente, livre para decidir de acordo com a Constituição e com as leis”, diz o documento.
“No âmbito dos nossos Estados, tudo faremos para ajudar a preservar a dignidade e a integridade do Poder Judiciário. Renovamos o chamamento à serenidade e à paz que a nossa Nação tanto necessita”, prossegue.
Entre os signatários, estão todos os governadores do Nordeste: Rui Costa (PT), da Bahia; Flávio Dino (PSB), do Maranhão; Paulo Câmara (PSB), de Pernambuco; Camilo Santana (PT), do Ceará; João Azevedo (Cidadania), da Paraíba; Wellington Dias (PT), do Piauí; Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte; Belivaldo Chagas (PSD), de Sergipe; e Renan Filho (MDB), de Alagoas.
Além dos nove, os tucanos João Doria (São Paulo) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Renato Casagrande (Espírito Santo), Ibaneis Rocha (Distrito Federal), Waldez Goés (Amapá) assinam a carta.
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A declaração de guerra de Bolsonaro
Após ataques, ameaças e provocações, Bolsonaro decidiu declarar guerra oficialmente.
O presidente recentemente foi incluído no inquérito das fake news e virou alvo de processo administrativo na corte eleitoral.
Atualmente, são sete investigações que miram o presidente nos dois tribunais.
Nas últimas semanas ele tem ameaçado os ministros da Corte.
O presidente sugeriu colocar apoiadores nas ruas para “dar o último recado” a Barroso.
“Se o povo estiver comigo, nós vamos fazer com que a vontade popular seja cumprida”, disse ele no cercadinho.
Ele também chamou Moraes de “ditador” e ameaçou:
“A hora dele vai chegar”.
Ironicamente, a declaração de guerra do presidente à Corte não surgiu quando mandou colocar tanques de guerra nas ruas.
O conflito foi anunciado pelo Twitter, quatro dias depois do ato golpista.