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Herdeiro da família real diz que desastre em Petrópolis tem “culpados que todos conhecem”

João Henrique de Orleans e Bragança, herdeiro da família real
João Henrique de Orleans e Bragança, herdeiro da família real brasileira.
Foto: Divulgação

João Henrique de Orleans e Bragança, herdeiro da família real brasileira, falou sobre a tragédia que deixou mais de 100 mortos em Petrópolis (RJ). Os descendentes dele fundaram e foram os donos de quase toda a área urbana da cidade.

“Esse desastre tem culpados que todos conhecem”, afirmou João Henrique. “São os vários prefeitos e vereadores da cidade que incentivaram a ocupação dos morros da região.”

“Falava-se abertamente disso nos anos 1970. Os políticos traziam gente de Nova Iguaçu e Caxias, davam terrenos em áreas de risco, sem escritura nenhuma, em troca de as pessoas mudarem o domicílio eleitoral para a cidade. ‘Venham para Petrópolis que tem terreno para construir’, diziam na época. E até hoje é assim”, afirmou ele à Folha.

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O laudêmio em Petrópolis

Na cidade segue em vigência o laudêmio, taxa imobiliária que beneficia descendentes de Dom Pedro II.

Instituído em 1847, o laudêmio é cobrado até hoje de compradores de imóveis construídos em área da antiga fazenda do Córrego Seco, adquirida por Dom Pedro I em 1830.

Dom Pedro II instalou colonos alemães na área da antiga fazenda do Córrego Seco, mas nunca lhes vendeu as terras. O laudêmio é uma espécie de aluguel que deve ser pago aos descendentes do antigo proprietário. 

A cada imóvel vendido, o comprador deve desembolsar 2,5% sobre o valor da transação para ter direito à escritura. A taxa é paga à Companhia Imobiliária de Petrópolis.

Família real enviou “orações” às vítimas

Em nome da Família Imperial Brasileira, o trineto de Dom Pedro II, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, divulgou uma nota em apoio às vítimas das chuvas em Petrópolis (RJ)

A família real não doou um centavo para ajudar as vítimas da tragédia em Petrópolis, mas enviou a dupla “Deus Nosso Senhor” e “São Pedro de Alcântara” para ajudar os moradores.

Confira a nota completa:

“Meus caros brasileiros e, de modo muito particular, meus caros petropolitanos,

Em nome de meu irmão, o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, e no da Família Imperial, quero manifestar nossa profunda consternação com os terríveis danos causados pelas fortes chuvas em Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro, que deixaram numerosos mortos e desabrigados.

Neste momento de grave dificuldade, o trabalho incansável de bombeiros, policiais, médicos e enfermeiros, bem como o de beneméritos particulares – dentre os quais há muitos monarquistas –, merece nossa admiração e gratidão, pois bem demonstram a caridade própria de um povo autenticamente voluntarioso e cristão.

A Família Imperial, tão estreitamente ligada a Petrópolis, encontra-se sempre disposta a servir ao seu povo, oferecendo ainda nossas orações e solidariedade a todos os que vêm sofrendo. Rogo a Deus Nosso Senhor, por intercessão do Padroeiro São Pedro de Alcântara, que proteja e dê alento à boa gente petropolitana nesta hora de aflição e necessidade”.

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