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Instituto Força Brasil, que ajudou Davati, divulgava fake news contra cúpula da CPI, diz Randolfe

À mesa, vice-presidente da CPIPANDEMIA, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Destaque: Placa atualizada com o número de mortes por coronavírus (525.229 vidas perdidas para covid-19).
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Instituto Força Brasil, que agendou uma reunião no Ministério da Saúde para a Davati negociar a venda de vacinas, divulgava fake news contra a cúpula da CPI da Covid.

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Essa informação foi dada pelo vice-presidente da comissão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “Esse instituto, de cunho bolsonarista, patrocina sites e redes que são investigadas no inquérito das fake news e divulgava notícias falsas contra membros da CPI da Pandemia”, disse Randolfe.

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No seu depoimento na CPI da Covid, o representante da Davati no Brasil, Cristiano Carvalho, disse que o Instituto Força Brasil conseguiu a reunião com o então secretário executivo, Élcio Franco, para discutir a proposta de venda de 400 milhões de doses de vacina. Esse encontro aconteceu no dia 12 de março. Naquele dia, ao chegar a Brasília, Carvalho foi levado antes a uma reunião no Instituto Força Brasil, quando estava presente o coronel da reserva Hélcio Bruno, que teria relações de amizade com Élcio Franco. Além dele, também participou o reverendo Amilton de Paula, da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários. O instituto admite ter agendado a audiência com o então secretário executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco, mas diz que a reunião deveria ser realizada diretamente por representantes oficiais das vacinas, sem intermediários. E que a negociação dependia da confirmação da existência do produto disponível para entrega ao governo brasileiro.

De acordo com Carvalho, o reverendo fazia a ponte com o governo para negociar a venda de vacinas e buscava marcar um encontro, inclusive, com o presidente Jair Bolsonaro. Enquanto isso, o Instituto Força Brasil assumiu a tarefa de marcar a reunião com Élcio Franco, responsável no Ministério da Saúde pela compra de imunizantes. Durante o depoimento, o vice-presidente da CPI disse ser muito estranho que esse instituto, bolsonarista e negacionista, estivesse envolvido em uma negociação exatamente para comprar imunizantes.

“É no mínimo estranho, para não dizer outra coisa, que um instituto bolsonarista, que banca informações contra vacinas, estivesse interessado em vender vacinas para o Ministério da Saúde”, afirmou Randolfe Rodrigues.

Com informações de Valdo Cruz no G1.