Janio de Freitas diz que ataques de Bolsonaro aos indígenas são “crimes de antibrasileirismo”

O jornalista Janio de Freitas, em sua coluna neste domingo (13) na Folha de S.Paulo, chamou de “crimes” o que Jair Bolsonaro (PL) faz com as populações originárias no Brasil, os indígenas. E falou mais: o colunista disse que são crimes “de antibrasileirismo”. Ou seja, essas pessoas estão contra os interesses nacionais.
Ele começa a coluna: “Todas as propostas que partem de Bolsonaro ou mobilizam o seu empenho têm alguma ordinarice, de seu interesse pessoal, como motivação básica. Nem por isso a conduta por ele imposta à Presidência é o que mais compromete o futuro do Brasil como país —no conceito do mundo e no seu próprio sentimento de país envergonhado.
A aceitação da tragédia nacional pela quase total coletividade dos influentes, civis e militares, é ela mesma uma tragédia maior, por sua propagação incorrigível no futuro”.
E desenvolve seu argumento, de que os crimes são contra o Brasil: “Tornar legal o garimpo em terras indígenas e a liberação prática do desmatamento são favorecimentos diretos às milícias criminais, que invadem as áreas preservadas, e ao empresariado que toma áreas imensas para plantio de soja ou criação de gado.
A imobilização do Ibama, da Funai e de tantas outras entidades de controle e estudo foi a preparação, iniciada já pela súcia dos dirigentes nomeados, para o que agora o governo e os mercenários da Câmara procuram oficializar.
Entraram na fase culminante do Plano Pró-Milícias, favorecida pelos desvios de atenção e apressada pelo risco de derrota eleitoral”.
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Bolsonaro e os jogos de azar
Janio de Freitas também comenta outro projeto problemático de Jair: “Assim como a defesa de Bolsonaro para entregar as terras indígenas a milícias e ao contrabando, a defesa dos cassinos e da jogatina é mentirosa. O potássio para suprir a falta do produto russo não está na Amazônia, onde é pouco e de difícil extração. Está em Sergipe, Minas e São Paulo.
O jogo clandestino não acabará, porque seus controladores não têm com que construir cassinos reais. E os impostos não resolverão nada: mesmo nas contas oníricas do relator Felipe Carreras, do PSB de Pernambuco, mal passam de insignificantes R$ 4,5 bi”. Pois é.