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Lira defende repressão aos indígenas e exploração de terras

Bolsonaro e Arthur Lira rindo da cara dos brasileiros

Depois de uma manifestação de indígenas ser reprimidas com bombas de gás pela polícia na Câmara, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), fez um discurso com críticas ao protesto.

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Alinhado com Bolsonaro, Lira afirmou não ser coerente tentativas de invasão ao Congresso Nacional e que a Casa precisa ter coragem para debater exploração de terras. “Eu não acho que seja coerente por parte de qualquer parlamentar ou de qualquer cidadão impedir trabalhos e pautas legislativas dessa casa. Sejam elas nas comissões, como é o caso do PL 490 que está longe de vir a plenário ou de qualquer assunto de qualquer comissão”.

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Sobre o tema, o presidente da Câmara disse que o legislativo precisa ter coragem para debater. “Essa casa precisa ter coragem e debater sobre o tema de exploração da terra indígena. Não é possível que vamos ficar de olhos fechados quanto a isso”, disse Lira. “Na terra da deputada Joênia, o governador me relatava que entre 100 e 200 quilos de ouro saem ilegais dos garimpos de terra indígena por dia. A gente tem que ficar de olho. Isso vai continuar acontecendo, se nós não legislarmos, se não cuidarmos”. Lira afirmou que há representantes que querem regulamentar a exploração. “No outro dia recebi outras lideranças indígenas que pensam muito diferente, que querem, sim, regulamentar a exploração em terra indígenas, que são os índios ali do Maranhão, do Piauí.”

A presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), deputada Bia Kicis (PSL-DF), adiou a sessão prevista para votar o projeto de lei 490/2007, que dificulta a demarcação de terras indígenas. A comissão analisaria a proposta nesta terça-feira, 22, mas a reunião foi remarcada para amanhã, após confronto entre indígenas e a Polícia Militar. Para Lira, o tema é polêmico e precisa ser resolvido com debate. O projeto pode ser retirado da pauta da CCJ também nesta quarta-feira, 23. Lira acusou representantes de indígenas de fazer uso de drogas no teto do parlamento. “Na semana passada, chegaram aqui alguns representantes dos índios invadiram o Congresso Nacional, subiram ao teto das cúpulas e ficaram usando algum tipo de droga. Fumando e dançando aqui em cima. Nós, com muita paciência, negociamos e a mesma Polícia Militar junto com a polícia legislativa veio à Casa e recompôs a ordem”, afirmou Lira.

De acordo com Lira, na repressão de hoje, dois policiais legislativos foram feridos, um deles foi atingido por flecha e submetido a uma cirurgia. “Várias vezes nessa semana e meia essa Câmara tentou ser invadida. É fato. Eu tenho relatório diário. E não é invadindo o parlamento que essa Casa deixará de apreciar matéria ‘a’ ou ‘b’. Essa Presidência não concorda com qualquer tipo de violência, mas não só são simbolismos de arco e flecha. Uma flecha atingiu um policial legislativo que está em cirurgia, ferido, atingiram um funcionário administrativo do Depol e um PM”, disse.

Com informações do Estado de S.Paulo.