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Ex-presidente Macri, investigado em acusação de espionagem, é proibido de sair da Argentina

Veja Jair Bolsonaro e Maurício Macri
Jair Bolsonaro e seu amigo Maurício Macri. Foto: Wikimedia Commons

Mauricio Macri, ex-presidente da Argentina (2015-2019), deverá depor no dia 7 de outubro em um processo referente à suposta espionagem de parentes dos tripulantes do submarino ARA San Juan, que naufragou em 2017 com 44 pessoas a bordo.

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Macri vai depor

Juiz federal da cidade de Dolores, Martín Bava, também proibiu o ex-presidente, suspeito de ter orquestrado o esquema, de deixar o país.

De acordo com o La Nación, o ex-presidente, que está nos Estados Unidos desde o último dia 25, soube pela imprensa que terá que testemunhar. Ele ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas integrantes da sua aliança Juntos pela Mudança chamaram a decisão judicial de “alarmante” e afirmam se tratar de uma “operação” política da Casa Rosada em resposta à derrota contundente nas eleições primárias do último dia 14.

“O processo tem 150 páginas e nos avisaram cinco dias antes. Há coisas que chamam atenção”, disse Pablo Lanusse, advogado do ex-presidente, enquanto outros conselheiros jurídicos avaliam a possilibidade de anular ou postergar a intimação, já que Macri só deve retornar à Argentina no meio do mês, após uma viagem ao Qatar.

As acusações em questão tiveram início em uma denúncia feita pela interventora na Agência Federal de Inteligência (AFI), Cristina Caamaño, em setembro do ano passado.  Além de Macri, o juiz também exige esclarecimentos de Gustavo Arribas e Silvia Majdalani, ex-diretor e ex-vice-diretora da AFI —  ambos deram depoimentos durante fases anteriores da investigação, negando qualquer má conduta.

Submarino de fabricação alemã perdeu contato em 15 de novembro de 2017, a 450 km da costa da Patagônia, e 15 dias depois o governo disse que não tinha mais esperanças de encontrar ninguém com vida. Para pressionar o governo a não desistir das buscas, as famílias dos tripulantes acamparam por 52 dias em frente à Casa Rosada, o que levou à contratação de uma empresa americana para rastrear o desaparecimento.  Os destroços só seriam encontrados alguns dias após o aniversário de um ano do naufrágio.