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‘Mataram aqui como matam em meu país’, diz mãe do congolês Moïse Kabamgabe

A imagem da mãe do congolês
Ivana Lay, mãe do congolês Moïse Kabamgabe. Foto: Reprodução/Globo

Ivana Lay, mãe do congolês Moïse Kabamgabe, que foi assassinado no Rio de Janeiro, deu um depoimento a Rafael Nascimento de Souza do jornal Extra. Ela falou sobre o brutal crime cometido contra seu filho.

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O que a mãe diz sobre a morte do congolês?

“Morávamos em uma região da República Democrática do Congo onde fica a guerra. Uma guerra tribal civil entre os hema e os lendu. Somos Hema. Tudo começou quando meus filhos mais velhos estavam pequenininhos. Essa guerra étnica tinha disputas toda semana.

Não sei como começou. Essas duas tribos, até hoje, são problemáticas. Nessa guerra, eles mataram a minha mãe, meus parentes, toda a minha família. Continuam até hoje, e todo dia tem mortes. Ela ainda dura no Congo. O pai dele e muitos parentes desapareceram por conta dessa disputa.

Na minha cabeça, eu tinha que fugir para o Brasil para ficar calma. Viemos para cá em 2014. Meus filhos começaram a estudar.

Eles chegaram aqui pequenos. O Moïse (Mugenyi Kabagambe) chegou aqui com 11 anos, em 15 de fevereiro de 2011. Ele veio primeiro.

Nesses anos todos, o meu filho virou um brasileiro. Tudo dele era do Brasil. Ele sabia como trabalhar no Brasil, fez muitos amigos.

A gente chegou aqui e os brasileiros sempre foram pessoas boas. Mas, hoje, não sei mais. Moïse trabalhou nessa barraca antes da pandemia e durante a pandemia.

Conhecia todos lá do local. Eles conheciam o meu filho e tiraram a vida dele. Se houve algum problema, eles não poderiam matá-lo. Moïse conhecia tudo na praia. Quando queriam alguma coisa, eles chamavam: ‘Angolano, angolano’.

Naquele dia, o Moïse saiu de casa para trabalhar e disse que pegaria o dinheiro. No domingo, ele havia dito para um amigo que pegaria o dinheiro que ele fez em dois dias, para comprar algumas coisas para beber com os amigos dele.

Eu acho que seriam cervejas, algo do tipo. Acho que ele foi reclamar, e bateram nele. Cinco pessoas bateram nele”.

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