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Após publicações homofóbicas, torcida do Minas critica bolsonarista Maurício Souza

Maurício Souza criticou Superman bissexual
Maurício Souza criticou Superman bissexual. Foto: Reprodução

Após postagens homofóbicas do bolsonarista Maurício Souza, a torcida da equipe de vôlei do Minas foi às redes criticá-lo. Para a Independente, “o atleta repetiu posicionamentos homofóbicos e manifestações preconceituosas”. Em nota, a entidade lembra que homofobia é crime inafiançável e afirma:

“É inaceitável que tenhamos que ver, calados, atos criminosos serem cometidos por um jogador que veste a nossa camisa como se fossem normais”.

A torcida anunciou que não vai vaiar o atleta nos jogos, mas pretende “adotar a postura de invisibilizá-lo”.

“A comitiva da Independente decidiu que irá ignorar o atleta Maurício Souza nas redes sociais, jogos e manifestações. O apoio ao time, ao projeto e aos demais atletas permanecerá como sempre. O que homofóbicos querem é palco para reverberar seus preconceitos, e não será por meio de nós que isso ocorrerá. Quando um torcedor é discriminado, para nós, é como se todos fossem”, afirma.

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As postagens homofóbicas de Maurício Souza

Na última semana, Maurício Souza reclamou do anúncio do Superman bissexual, criticou uso do pronome neutro em nova novela da Globo e também se manifestou sobre mulher trans em time de basquete americano. Ele publicou uma foto de Gabrielle Ludwig, que é transexual e, aos 50 anos, estreou no time feminino do Mission College.

“Se você achar algum homem nessa foto você é preconceituoso, transfóbico e homofóbico. Mais uma conquista do feminismo para as mulheres”, afirmou.

Maurício Souza ressuscita polêmica de 2012 para atacar jogadora trans de basquete. Foto: Reprodução/Instagram

Leia a nota da Independente na íntegra:

Acerca dos últimos episódios do crime de homofobia manifestados pelo atleta Maurício Souza, a Independente Minas vem a público manifestar que:

1. A Independente acredita que não compete aos torcedores de um esporte julgarem a vida particular ou opiniões pessoais de jogadores e jogadoras. Desde o início, esta torcida se interessa apenas pelo que os atletas apresentam dentro de quadra, tendo como missão fomentar e compartilhar o amor pelo voleibol do Minas Tênis Clube.

2. Os devidos e reiterados comportamentos discriminatórios do central Maurício Souza já eram conhecidos tanto pelo clube quanto pelos patrocinadores. Mesmo assim, ao ser contratado, a Independente se propôs a manter com ele o mesmo respeito dado aos demais atletas: valorizamos o mérito esportivo e suas performances, ficando alheios às suas opiniões. Essa não foi uma decisão fácil. Temos LGBTs e mulheres em nossa torcida e as opiniões eram divididas. Mas o bom senso prevaleceu. Mais uma vez repetimos: a vida fora da quadra de um jogador ou de uma jogadora não nos compete.

3. Nas últimas semanas, contudo, o atleta repetiu posicionamentos homofóbicos e manifestações preconceituosas. A Independente não pode se calar. Homofobia é crime inafiançável no Brasil, passível de cadeia. No ano passado, 224 LGBTs foram assassinados no país, um dos mais violentos do mundo. É inaceitável que tenhamos que ver, calados, atos criminosos serem cometidos por um jogador que veste a nossa camisa como se fossem normais.

4. Uma vez que o central foi contratado com a anuência do clube e patrocinadores, a Independente se manifesta de forma a repudiar os comportamentos e adotará a postura de invisibilizá-lo. Em reunião nesta terça-feira, dia 19, a comitiva da Independente decidiu que irá ignorar o atleta Maurício Souza nas redes sociais, jogos e manifestações. O apoio ao time, ao projeto e aos demais atletas permanecerá como sempre. O que homofóbicos querem é palco para reverberar seus preconceitos, e não será por meio de nós que isso ocorrerá. Quando um torcedor é discriminado, para nós, é como se todos fossem.

Vôlei é esporte para todos, INDEPENDENTE da sua orientação sexual.