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Mendonça esquece da ditadura e diz que democracia veio sem “sangue derramado”

O indicado de Bolsonaro para o STF, André Mendonça. Foto: Reprodução
O indicado de Bolsonaro para o STF, André Mendonça. Foto: Reprodução

O indicado de Bolsonaro para ocupar uma vaga no Superior Tribunal Federal (STF), André Mendonça, está sendo sabatinado, nesta quarta-feira (01), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Questionado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), relatora da indicação na CCJ, sobre a opinião dele em relação a falas antidemocráticas e apologia ao Ato Institucional de número 5 (AI-5, o ato mais repressivo da ditadura) já feitas por Bolsonaro, Mendonça respondeu que, ao contrário de outros países, a democracia no Brasil não foi conquistada “com sangue derramado”.

Depois, se desculpou.

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A resposta de André Mendonça ignora as mortes e torturas contra opositores políticos ocorridas durante a ditadura empresarial-militar, de 1964 a 1985. A fala do indicado de Bolsonaro gerou reações de senadores, que o lembraram dos fatos ocorridos no período.

Diante da repercussão negativa, Mendonça se desculpou e disse que estava se referindo ao fato do Brasil não ter tido revoluções liberais no século 19, como outros países tiveram.

“Primeiro, meu pedido de desculpas, por uma fala que pode ter sido mal interpretada e que não condiz com aquilo que eu penso. Vidas se perderam na luta para a construção da nossa democracia. Além do meu pedido de desculpas, o meu registro do mais profundo respeito e lamento pela perda dessas vidas”, respondeu Mendonça.

De acordo com o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), órgão instituído pelo governo federal durante o governo Dilma (PT), em 2012, para apurar crimes cometidos na ditadura, os mortos e desaparecidos pela repressão do regime foram pelo menos 434.

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