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Mensagens de Sara Winter mostram que Olavo de Carvalho orquestrou movimentos golpistas

Veja Olavo de Carvalho
Olavo de Carvalho. Foto: Reprodução/YouTube

Diálogos do celular da extremista Sara Fernanda Giromini, conhecida como Sara Winter, mostram que Olavo de Carvalho pode ter sido idealizador de manifestações como as realizadas pelo grupo que ficou conhecido como “300 do Brasil”, liderado por Sara, que chegou a ficar presa por 10 dias por decisão do STF.

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O grupo de Sara Winter com inspiração de Olavo de Carvalho

Esse grupo, supostamente armado, organizou um acampamento em Brasília e marchou com tochas rumo à sede do STF, na Praça dos Três Poderes.

Diálogos em que a extremista aponta Olavo de Carvalho como uma espécie de “guia” das ações estão em poder do Supremo e integram o chamado inquérito das fake news, que investiga desde os baderneiros e até o próprio presidente.

No dia 2 de abril de 2020, cerca de um mês antes de os “300 do Brasil” montarem um acampamento na Esplanada dos Ministérios, Sara Winter escreveu em um grupo de WhatsApp que havia passado “mais de uma hora ao telefone com Olavo” e que ele fizera “solicitações SÉRIAS e até ARRISCADAS”.

As letras em caixa alta eram para enfatizar a importância das orientações. A extremista diz, então, que transmitiria o recado ao blogueiro Allan dos Santos, outro comandante das franjas mais radicais do bolsonarismo, que há dois meses teve sua prisão ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos em andamento na Suprema Corte. Assim como Olavo, o blogueiro vive nos Estados Unidos – o STF quer sua extradição, mas até agora ele segue livre, leve e solto, e dentro do governo Bolsonaro foi deflagrada uma verdadeira caçada aos funcionários que, obedecendo à ordem expedida pelo tribunal, atuaram para enviar o processo às autoridades americanas.

A Allan dos Santos, Sara escreveu: “Queria falar contigo. Passei uma hora com professor Olavo ontem no telefone. Ele me solicitou algumas coisas sérias e preciso de ajuda. Não confio em qualquer um para falar”.

Dirigindo-se novamente ao grupo de WhatsApp, que àquela altura tinha mais de 100 participantes, a ativista disse: Vou precisar da ajuda de todos. Desire (uma das participantes) vai passar algumas coisas pra vocês, estou indo lá pro Allan falar com ele”.

Segundos depois de contar que acabara de receber orientações “sérias” e “arriscadas” de Olavo, a líder dos 300 afirmou que as informações eram sensíveis e que era preciso buscar um canal mais seguro para evitar que elas fossem interceptadas.

Ela pede aos companheiros sugestões de plataformas mais seguras para compartilhar os conselhos do guru. “Alguém sabe se é seguro planejar coisinhas pelo zap? Melhor Telegram? Sou ANALFABETA DIGITAL”, escreveu. “Tenho coisas importantes pra falar sobre desobediêcia civil”, adiantou.

A ativista sugere aos demais integrantes que passassem a conversar por meio do Discord, um aplicativo menos conhecido que permite a troca de mensagens em texto, áudio e vídeo. Fala isso em seguida.

Relatório elaborado pela Polícia Federal com as informações encontradas no Samsung Galaxy de Sara não traz os diálogos travados na plataforma alternativa proposta por ela, mas, semanas depois, no próprio WhatsApp, surgem pistas do que eram, afinal, as tais ideias de Olavo.

É quando a extremista, pela primeira vez, atribui ao guru o plano de montar o acampamento em Brasília. A meta, diz ela em uma das mensagens, era “botar medo, humilhar, desmoralizar esse bando de pilantra” – o “bando de pilantra”, obviamente, eram os inimigos do bolsonarismo, em especial os ministros do STF e parlamentares cuja atuação incomodava o governo, como o então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

Essas informações são da reportagem de Paulo Cappelli na revista Crusoé, do site de extrema direita O Antagonista.

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