Meta tira do ar páginas e perfis falsos administrados por militares do Brasil

Foto: Reprodução/Folha
Nesta quinta-feira (7), a Meta removeu de suas redes sociais 14 perfis que tinham sua administração atribuída a militares da Forças Armadas Brasileiras. De acordo com a investigação feita pela multinacional, os acusados se passavam por páginas de ativismo ambiental e, com esses perfis, atacavam Organizações Não Governamentais (ONGs) que realmente trabalhavam com a pauta.
A informação foi concedida pela própria organização através de seu Relatório Trimestral de Ameaças, e divulgado hoje pela rádio CBN. Os 14 perfis que foram excluídos faziam parte do Facebook, umas das redes pertencente a Meta. Além deles, foram suspensas mais nove páginas, as quais contavam com 1,170 seguidores.
Outras plataformas que integram o grupo também passaram pela investigação. É o caso do Instagram, no qual foram excluídos 39 perfis, com mais de 23,6 mil seguidores. Não foram revelados os nomes dos militares envolvidos com o esquema. Ainda conforme apontou a apuração do relatório, os militares usavam seus perfis falsos para dizer que o Brasil tem tido uma agenda positiva na proteção ambiental, contando principalmente com o apoio do Exército.
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Como agiam os militares com os perfis falsos
O relatório divulgado nesta quinta, trouxe detalhes de como o grupo agia nas redes sociais. De acordo com a investigação, as ações aconteceram em duas grandes fases. A primeira aconteceu em 2020, utilizando memes sobre pautas sociais que estavam sendo bastante comentadas no período, entre elas a pandemia da covid e a reforma agrária.
“Eles abandonaram as atividades após dois meses, quase em engajamento”, apontou o documento. O segundo momento, em 2021, os integrantes das Forças Armadas usaram seus perfis falsos para atacar ONGs. “Eles publicavam sobre desmatamento, argumentando que a atividade nem sempre é prejudicial, e criticando ONGs legítimas que falavam sobre desmatamento na Amazônia”, afirma o relatório.