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Mourão lembra o último ditador militar ao declarar seu amor pela arte equestre

O Brasil, na visão do general

O Estadão publica um perfil do general Hamilton Mourão, candidato a vice na chapa de Bolsonaro, em que faz comentários que remetem à figura do último dos ditadores militares, João Baptista Figueiredo, pelo declarado amor aos cavalos.

“Sou um amante da arte equestre”, disse Mourão.

Segundo ele, o Estado brasileiro, pesado e caro, é como “um animal capaz de saltar 1m80, mas que está sendo montado por um ginete de 180 quilos, de mão pesada e pernas frouxas”. “Temos de desamarrar esse animal maravilhoso”, afirma. “O governo tem de dar a ordem e as senhoras e senhores, o progresso”.

Em outro trecho, afirmou:

“O Brasil é um cavalo que precisa de um ginete com luvas de seda, cintura de borracha e pernas de ferro”.

A referência de Mourão a cavalo traz de volta um dos momentos mais constrangedores da campanha para tentar popularizar Figueiredo, quando tinha sido indicado para suceder Ernesto Geisel no rodízio de militares que governaram o Brasil.

Em uma reportagem, de agosto de 1978, ele foi apresentado como um homem que gostava de cavalos.

Um repórter perguntou se o presidente gostava do “cheiro do povo”. Figueiredo respondeu: “O cheirinho do cavalo é melhor (do que o do povo)”.