MP investiga validade de permissão de pacientes que receberam “kit covid” na Prevent Senior

Foto: Divulgação
O MP-SP quer apurar se o termo de consentimento assinado por pacientes que receberam o “kit covid” da Prevent Senior pode ser considerado válido. A força-tarefa foi criada para apurar denúncias contra a operadora.
A empresa usa o documento como forma de se defender das acusações de que teria usado o “kit covid”, que contém medicamentos sem eficácia contra o coronavírus. Segundo o MP, no entanto, muitas vezes o paciente estava internado, sem condições de analisar o termo.
Nesta sexta (08), os promotores que fazem parte do grupo de investigação afirmaram que vão apurar possíveis crimes de homicídio doloso ou culposo, omissão de notificação compulsória de doença, falsidade ideológica e lesão corporal.
Segundo eles, pode ter havido dolo eventual, quando o agente assume o risco de um crime, mesmo que não tivesse intenção de cometê-lo. Os indiciados seriam médicos e outros profissionais da Prevent. Com informações do Globo.
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O que disseram os promotores
“Há relatos de pessoas que assinaram o termo de consentimento após ouvir de médicos que os medicamentos poderiam salvar a vida (do paciente)”, disse o promotor Everton Zanella. Ele completou que outros assinaram sem saber do que se tratava ou mesmo em uma situação de vida ou morte.
Até agora, a força-tarefa do MP-SP ouviu seis familiares de pessoas que receberam o kit covid e morreram. No total, há 21 casos para analisar. O desafio, segundo os promotores, é estabelecer o nexo de causalidade entre o kit e a morte e apurar se há dolo eventual.
“Nossa preocupação é saber quem tomou esse kit, se essa pessoa consentiu em tomá-lo e se o medicamento ocasionou o óbito. Vamos ser pontuais, técnicos e vamos nos vlaer de médicos que assessoram o Ministério Público. Nossa preocupação inicial foi ver se há um dolo eventual, ou seja, se a operadora ou quem manipulou os medicamentos assumiu o risco de matar alguém se importar com isso”, afirmou Zanella.