Mulher é resgatada após ficar 32 anos em condição análoga à escravidão na casa de pastor
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, Paula (nome fictício) tinha 12 anos quando, ainda na 4ª série, teria passado a frequentar a casa da professora para olhar os filhos da mulher, no horário oposto às aulas. Essa relação seria enquadrada como trabalho em condição análoga à escravidão.
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Escravidão contemporânea
Caso ocorreu em Mossoró, segunda maior cidade do Rio Grande do Norte. Há cerca de 32 anos teria início uma história enquadrada hoje pelo Ministério Público do Trabalho e pelo Ministério do Trabalho e da Previdência como “análoga à escravidão”.
A reportagem do jornal também afirma que há relatos que também apontam para uma década de possíveis abusos sexuais. Essa suspeita de violência pesa contra o marido da professora, o pastor da Assembleia de Deus, Geraldo Braga da Cunha. Procurado pelo jornal, o escritório de advocacia que representa a ele e a família negou as acusações.
Essa denúncia chegou anônima ao Instituto Trabalho Digno por meio do perfil do Instagram @trabalhoescravo, e foi encaminhada às autoridades.
Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública da União e agentes da Polícia Federal bateram à porta da casa na última quarta (26). Um dia antes, haviam resgatado outra mulher em Natal em condições que também são alvo de investigação.
Casos são os primeiros apontados como análogos à escravidão envolvendo trabalho doméstico em 2022 no Brasil. Também foram os primeiros do tipo até hoje no Rio Grande do Norte, de acordo com Maurício Krepsky, chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo, do Ministério do Trabalho e Previdência. Ele falou com a Folha.