Apoie o DCM

Mulheres negras fazem parte do menor grupo dentro do Judiciário brasileiro

A imagem da juíza
Karen Luise, juíza na 1ª Vara do Júri de Porto Alegre, formadora da Escola Nacional de Formação de Magistrados – Arquivo pessoal

As mulheres negras são mais que minoria no Judiciário brasileiro. Elas são a menor parcela dentro de dois grupos minoritários: o das mulheres e o das pessoas pretas e pardas, afirma o repórter Uirá Machado na Folha de S.Paulo.

LEIA MAIS:

1 – E Moro, nosso Barão de Maringschausen, quer reformar o judiciário!
2 – Bolsonaro ameaça Judiciário e anuncia: “Minha filha não vai se vacinar” 
3 – Bolsonaro manda indireta ao Judiciário: “Tristezas de 2021”

Mulheres estão excluídas no Judiciário

Mulheres são a minoria da minoria. Em alguns espaços do Judiciário, nem isso. O STF (Supremo Tribunal Federal), criado em 1891 como órgão máximo da Justiça nacional, teve 3 ministros negros em toda a sua história.

Também teve 3 ministras, das quais 2 integram a corte atualmente. Mas nunca teve uma mulher negra em sua composição. O tema ganha destaque porque o presidente dos EUA, Joe Biden, reafirmou recentemente sua promessa de indicar a primeira mulher negra para a Suprema Corte de seu país. De acordo com ele, já passou muito tempo sem que o tribunal tivesse alguém com esse perfil.

Desigualdade é grande no Judiciário. Numa sociedade com equilíbrio racial, a proporção de homens e mulheres na Justiça seria parecida com a proporção de homens e mulheres na população como um todo. A mesma coisa aconteceria com pessoas brancas e negras.

No caso do Brasil, isso significaria que, entre todos os magistrados, haveria um pouco mais de mulheres do que homens e um pouco mais de pessoas negras do que brancas.

Segundo outra pesquisa do CNJ, a realidade é bem outra. Uma pesquisa sobre o perfil sociodemográfico dos magistrados brasileiros publicada em 2018 mostra que as mulheres são 38%, e os negros, 18%.

Na intersecção desses dois grupos, as mulheres negras são 7% do total de magistrados. Se houvesse alguma correspondência com seu peso populacional, essa fatia saltaria para perto de 29%. Karen Luise Souza Pinheiro, 52, por exemplo, é a única mulher negra entre juízes e juízas de Porto Alegre.

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link