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Mutações da covid podem tornar vacinas ineficazes, apontam pesquisas

Vacina (Foto: reprodução/ Pixabay)

Do Jornal do Brasil.

Os agentes patogênicos da covid-19 podem transformar-se em uma nova cepa superpoderosa que não seja suscetível a vacinas e, desse modo, seria capaz de infectar a população global novamente em um surto “muito, muito assustador”, com ainda mais capacidade de propagação, escreve tabloide The Sun.

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Doutor Tony Lockett, do Instituto de Ciência Farmacêutica do King’s College London, destacou a perspectiva de uma nova mutação devastadora, aconselhando as pessoas a seguir estritamente as regras.

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Segundo especialista, o efeito poderia ser muito pior do que o primeiro surto, já que os mais jovens poderiam ficar mais doentes e os recém-curados seriam reinfectados com a nova cepa.

Lockett explicou que algumas mutações surgem quando o vírus infecta pessoas que são incapazes de derrotá-lo com seu próprio sistema imunológico.

“A proliferação descontrolada faz com que o vírus se replique mais ativamente e desta forma [o surgimento de] mutação é mais provável”, disse, acrescentando que a maneira mais eficaz de lidar com a ameaça é “vacinar o máximo possível”, e assim reduzir a taxa de transmissão, mantendo-se ao mesmo tempo o confinamento até que a maioria da população seja imunizada.

William Hannage, professor de Harvard, explicou que é crucial frenar a propagação de novas variantes antes que elas ganhem terreno, apontando que o alastramento de infecções estimula novas mutações.

“Atualmente há muita preocupação em torno da E484K, uma mutação na proteína de espícula, a qual se considera que ajuda o vírus a contornar a imunidade [obtida] da infeção anterior e é encontrada em algumas das variantes”, afirmou.

“Embora pareça que as vacinas ainda oferecem proteção, pelo menos contra doenças graves, esta [mutação] deve ser monitorada”, sublinhou.

O cientista Ravi Gupta, professor de Microbiologia da Universidade de Cambridge, alertou que as mutações já estão no processo de se tornarem imunes a vacinas existentes.

“Por exemplo, o estudo da AstraZeneca mostrou que [a vacina] não mostrou bom resultado contra a variante sul-africana”, disse, alegando com base em evidências de que as mesmas mutações “estão surgindo de novo”.

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