“Não gosto de definir o mundo em esquerda e direita”, diz Tabata Amaral. Ou seja, é de direita

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
De Anita Efraim no Yahoo Notícias.
Tabata Amaral foi eleita deputada federal em 2018, sendo a 6ª mais votada por São Paulo, com mais de 256 mil votos. Muito conhecida pela pauta da educação e da democratização do conhecimento e filiada do PDT, de Ciro Gomes, Tabata era entendida por muitos como um expoente da nova esquerda.
A parlamentar cresceu na periferia de São Paulo e tem como principal bandeira a educação. Dois anos depois de ter sido eleita, ela continua vendo na área seu grande tema de atuação e não tem medo de se colocar como progressista, já que a diminuição da desigualdade é um dos assuntos mais relevantes para ela. No entanto, pela vivência, ela diminui a relevância da divisão entre esquerda e direita.
“Eu sempre fui muito crítica, e acho que essa crítica tem a ver com eu vir da periferia, a resumirmos o mundo a esquerda e direita. Tem um comentário que eu ouvi durante a campanha, mas me lembro todos os dias, foi o Toni, companheiro da minha mãe, um sergipano super do bem, muito arretado, que me perguntou no final da campanha o que era essa tal de esquerda e direita que eu tanto falava. Porque, para quem está na ponta, isso não leva a nada”, afirma.
É comum nas redes sociais que quem refute a relevância da divisão entre esquerda e direita seja automaticamente chamado de “isentão” ou seja acusado de estar em cima do muro. Tabata nega ser qualquer uma das duas coisas. Ela avalia ter posicionamentos fortes e diz que “isentona” é a última coisa da qual podem chama-la.
Justamente por ter sido compreendida como uma política de esquerda, a deputada foi alvo de duras críticas ao votar pela Reforma da Previdência em 2019 e, mais recentemente, por apoiar o projeto de independência do Banco Central. Pelo apoio a mudança no sistema previdenciário há quase dois, Tabata recebeu ameaças de expulsão do PDT e, recentemente, entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal para sair da legenda.
Sobre o partido, ela garante que vai tentar se reeleger para o posto de deputada federal em 2022, mas por outra legenda. “Entendo que consigo ainda trabalhar muito pela educação aqui [no Congresso], que meu lugar na luta pela educação ainda é no Congresso. Não será pelo PDT por 10 mil razões que eu poderia listar”, diz.
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