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Neguinho da Beija-Flor lamenta cancelamento, mas diz que manter Carnaval seria “desfilar por cima de cadáveres”

Da Folha:

Neguinho da Beija-Flor

Não tem Carnaval, mas tem sorriso. Neguinho da Beija-Flor, um dos maiores intérpretes do Carnaval brasileiro, está fazendo de conta que este ano sem folia é só “outro 7 a 1”. Desligou a televisão e “só volta depois da Quarta-Feira de Cinzas”.

Com a voz rouca e potente, em frente à parede cravada de prêmios no apartamento com vista para o mar em Copacabana (zona sul do Rio), ele fala sobre os dias que passou internado, os amigos que perdeu para a Covid-19 e a impossibilidade de desfilar “por cima de cadáveres”.

(…) Teve parentes ou colegas próximos afetados pela Covid?
Minha esposa e meu filho mais velho. Da minha família não morreu ninguém, mas morreu meu [ex-]presidente da Beija-Flor [Farid Abrão David, prefeito de Nilópolis e irmão do atual presidente da escola, Anísio Abraão David]. Também perdi seis pessoas da bateria, perdi o presidente da ala de compositores, perdi compositores.

É muita gente, por isso eu estou de pleno acordo que não tenha Carnaval, porque seria desfilar por cima de cadáveres. Não tem nem como você estar ali cantando e pensando nas pessoas que estavam do seu lado esses anos todos e não estão mais.

(…)