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“Netflix da direita” ameaça processar acadêmicos que desmentem suas fake news

Equipe do Brasil Paralelo, a "Netflix da Direita"
Equipe do Brasil Paralelo, a “Netflix da direita”

A “Netflix da direita”, o canal Brasil Paralelo, ameaçou processar acadêmicos que desmintam suas fake news.

O canal produz conteúdo com negacionismo histórico e quer entrar com ação contra professor de História e aluna de mestrado.

Segundo o Metro1, a empresa os ameaçou de processo após críticas ao conteúdo.

O caderno de apoio para o ensino de História na Secretaria de Educação da Bahia previa o uso de materiais do Brasil Paralelo.

Carlos Zacarias, professor de História da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sugeriu “rever urgentemente esse material didático”.

A fala foi feita pelo Facebook.

“Para quem não sabe essa produtora é olavista e, pelo que dizem, vem sendo vitaminada por verbas do governo Bolsonaro”, argumentou.

“O Brasil Paralelo não é uma produtora qualquer, mas um canal que produz ‘conteúdo’ de história de caráter revisionista/negacionista”, prosseguiu.

A produtora o acusa de usar “linguajar difamatório” e pede que o conteúdo seja retirado.

Os bolsonaristas ainda querem que um texto de retratação seja publicado em até sete dias.

A pesquisadora maranhense Mayara Balestro estuda o canal há três anos.

Após lançar um artigo, em 2020, recebeu notificação extrajudicial.

Ela aponta “censura” nas ameaças judiciais.

“Netflix da direita” diz que é “imparcial” e “apartidário”

No texto contra Zacarias, a “Netflix da direita” reforça sua “imparcialidade” e “apartidarismo”.

Eles ainda negam ligação com Olavo de Carvalho.

A produtora é alvo da CPI da Covid e da CPMI das fake news.

Renan Calheiros recentemente pediu a quebra de sigilo da conta bancária da empresa.

Leia também:

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2 – Em menos de um ano, Brasil Paralelo gastou R$ 3,3 milhões com anúncios no Facebook