Nise Yamaguchi nega existência de gabinete paralelo: “São encontros a favor do povo brasileiro”

Jane de Araújo/Agência Senado
Enrolada até o pescoço nas investigações da CPI da Covid, a oncologista Nise Yamaguchi negou que exista um gabinete paralelo.
Diversos vídeos e reportagens mostram que havia um “ministério paralelo” da Saúde orientando Bolsonaro clandestinamente sobre ações de combate à pandemia.
Uma das maiores propagandistas do “tratamento precoce”, Nise é acusada de ser uma das principais articuladoras do grupo.
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Em publicação no Twitter, ela reclama: “Continua esta narrativa estranha de um ‘gabinete paralelo'”.
“Paralelo significa linhas que não se encontram, nem no infinito. O que existe, continuo reiterando, são encontros, com consultorias científicas ocasionais, dentro do governo, a favor do povo brasileiro!”, diz a médica.
Continua esta narrativa estranha de um “gabinete paralelo” . Paralelo significa linhas que não se encontram , nem no infinito. O que existe , continuo reiterando, são encontros, com consultorias científicas ocasionais, dentro do governo, a favor do povo brasileiro !
— Dra. Nise Yamaguchi (@nise_dra) October 11, 2021
TV Brasil apagou entrevista com Nise Yamaguchi
A TV Brasil, da estatal Empresa Brasil de Comunicação (EBC), apagou uma entrevista em que a médica Nise Yamaguchi, investigada pela CPI da Pandemia, recomendou medicamentos ineficazes contra a Covid-19 no ano passado.
Ela é suspeita de integrar um gabinete paralelo do governo Bolsonaro na pandemia.
A entrevista foi transmitida em julho de 2020. Disse a médica, citando tratamentos que já eram sabidamente ineficazes contra a doença:
“Você pode usar na primeira fase hidroxicloroquina ou ivermectina, ou os dois, com azitromicina e zinco. Porque essa composição é a melhor coisa”, acrescentando: “O tratamento é de cinco dias, de hidroxicloroquina”.
Em outro trecho, Yamaguchi mencionou o nazismo para criticar o medo da Covid, que até agora matou 592 mil brasileiros.
“Você acha que alguns poucos militares nazistas conseguiriam controlar aquela massa de rebanho de judeus famintos se não submetessem diariamente a humilhações, humilhações e humilhações, tirando deles todas as iniciativas?”.
Com informações de Guilherme Amado no Metrópoles.