‘Nova política’ de Bolsonaro é nova e pior na pandemia, diz Elio Gaspari

O colunista Elio Gaspari fala sobre os mais de dois anos de governo Bolsonaro:
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“A vacina com pixuleco de US$ 1 humilha um país onde já morreram mais de 500 mil pessoas e, entre os vivos, há 14,8 milhões de desempregados.
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Passados dois anos da promessa de uma ‘nova política’ com Jair Bolsonaro, chegou-se a algo muito pior. Sabia-se que as tais ‘bancadas temáticas’ que dariam suporte ao governo eram uma fantasia, prima do nióbio, do grafeno e da cloroquina. Tudo acabou nas mãos do centrão, reforçado pelo primarismo das milícias.
Nenhum dos picaretas que atacou a bolsa da Viúva equiparou-se ao cabo da PM mineira Luiz Paulo Dominghetti Pereira. Ele denunciou que Roberto Ferreira Dias, o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, pediu-lhe um pixuleco de US$ 1 para cada unidade da vacina da Oxford/AstraZeneca numa encomenda de 400 milhões de unidades.
A um dólar por vacina o pixuleco seria de US$ 400 milhões. Isso não existe, como não existe um rato de 40 toneladas. Na tarde de quinta-feira o senador Tasso Jereissati, com sua experiência de empresário bem-sucedido, demonstrou que o laboratório AstraZeneca não teria como entrar numa operação desse tipo. Se isso fosse pouco, a empresa nunca teria capacidade para fornecer 400 milhões de vacinas a quem quer que seja.
Num governo normal, o cabo Dominghetti seria desqualificado como um simples Napoleão de hospício, mas o de Bolsonaro não é um governo normal. Nele, os Napoleões internam o diretor do manicômio”.
Com informações da Folha de S.Paulo.