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Operadoras de saúde em 10 estados são alvo de reclamações na ANS por recomendarem ‘kit covid’

Veja a Unimed
Unimed. Foto: Wikimedia Commons

Acusadas de prescreverem medicamentos sem comprovação científica no tratamento de pacientes com Covid-19, operadoras de planos de saúde estão no centro das investigações na reta final da CPI da Covid no Senado segundo reportagem de Eduardo Gonçalves, Rayanderson Guerra, Paulo Capelli e Elisa Martins no jornal O Globo.

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Operadoras na mira

Desde o início do ano passado, Prevent Senior, Hapvida e Unimed receberam ao menos 19 reclamações na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de pacientes sobre temas relacionados a tratamento precoce em 10 estados do país.

Relatos de profissionais e pacientes das operadoras mostram que havia pressão pelo uso do chamado “kit covid” sem o consentimento de pacientes internados.

De janeiro de 2020 a setembro deste ano, a ANS contabilizou 284 mil reclamações.

Desse total, cerca de 15 mil foram queixas relativas à Covid-19.

De acordo com o presidente da agência, Paulo Rebello Filho, há 38 registros relacionados a 23 operadoras diferentes citando “kit covid”, cloroquina ou hidroxicloroquina, ivermectina ou tratamento precoce.

Relatório final da CPI

Atuação da Prevent Senior, e especialmente sua parceria com o governo Bolsonaro, virou um capítulo importante da CPI da Covid segundo reportagem do jornal O Globo.

O relator da CPI, Renan Calheiro (MDB-AL), promete pedir o indiciamento de funcionários da empresa por homicídio, estelionato e falsidade.

Esse alinhamento com a obsessão do presidente Jair Bolsonaro em divulgar a cloroquina chegou ao ponto de o diretor-executivo da Prevent, Pedro Batista, participar de uma “live” ao lado do presidente para fazer propaganda do “kit covid” — com base em resultados turbinados de um “estudo” da Prevent sobre a eficácia de medicamentos refutados pela ciência para tratar a covid.