Sem saber, pacientes da Prevent Senior foram medicados com “kit-covid”

Médicos que trabalharam na Prevent Senior revelaram à CPI que o “gabinete paralelo da Saúde” usou a rede de hospitais para testar o “kit covid” em pacientes. A proposta do governo Bolsonaro era comprovar que os medicamentos eram eficiente contra a doença. Além disso, pacientes não foram informados do tratamento experimental. Com informações do Estadão.
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Estudo ilegal
Em entrevista, médicos acrescentaram que a operadora de saúde omitiu mortes pela doença num estudo na qual pretendia comprovar a eficácia do kit covid. Segundo profissionais, nove pacientes vieram a óbito, mas o estudo relata que foram apenas dois casos.
O documento sob análise da CPI não é apócrifo. Dele constam os nomes dos 15 médicos e uma série de mensagens de WhatsApp apresentadas como prova. Uma delas é do diretor da Prevent, Fernando Oikawa. “Iremos iniciar o protocolo de HIDROXICLOROQUINA + AZITROMICINA. Por favor, NÃO INFORMAR O PACIENTE ou FAMILIAR, (sic) sobre a medicação e nem sobre o programa”, orientou o executivo no grupo de médicos.
Dossiê
O dossiê apresentado aos senadores alerta que o estudo foi feito com mais de 700 pacientes – e não os 200 declarados no projeto inicial. Informa ainda que a média de idade das pessoas que foram submetidas à pesquisa é superior a 60 anos, o que sugere a inclusão de grande número de pessoas idosas “e, portanto, grupo considerado de maior risco da covid-19”.