Padre Júlio Lancellotti homenageia “filhinha” morta aos 7 anos de Aids
O Padre Júlio Lancelotti postou hoje em sua rede social.
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No Twitter:
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“Hoje aniversário de morte da minha filhinha Fabiana Maria, vítima da Aids morreu aos 7 anos e levou um pedaço de mim . Tantos anos depois penso em ti . Te amo filha !”
Não é a filha biólogica dele. A Folha de S.Paulo explica como essa criança estava com o padre em 1997:
“As dez crianças da Casa Vida 2, na Mooca (zona leste de São Paulo), estão se mudando para um sobrado novo. Do alicerce ao acabamento, o projeto da casa teve a participação dos meninos e meninas.
Poderia ter sido uma simples brincadeira de iniciação à arquitetura, mas não foi. As crianças são portadoras do HIV ou doentes de Aids e foram convidadas a participar da construção da casa porque nunca tiveram uma.
A participação no projeto tem um segundo propósito: permitir a elas a reconstrução de suas identidades perdidas com a morte ou o abandono dos pais.
As crianças já estão transportando suas coisas da casa atual, na rua Sapucaia, para o sobrado novo, que fica em frente.
‘Eles viram a casa crescer tijolo por tijolo. Acompanharam desde a demolição da casa antiga até a compra dos móveis’, diz o padre Júlio Lancellotti, diretor da Casa Vida.
A casa tem cinco suítes, salas de estudo, quintal e duas salas grandes com uma lareira pedida por eles. É nesse espaço que as crianças deverão receber amigos, organizar festas e bailinhos.
‘A casa foi pensada para a adolescência que está chegando’, diz Lancellotti. Várias crianças da casa têm entre 9 e 12 anos. A pedido das meninas, elas terão em seus quartos penteadeiras e um sofá para visitas.
A psicóloga Maria da Conceição Pereira, que acompanha as crianças, diz que a grande maioria não tinha referência de casa e família. ‘Um dos meninos desenhava sempre barracos frágeis. Hoje desenha casas lindas’.
Na Casa Vida 1 -que também abriga crianças com Aids- estão 20 meninos e meninas entre 0 e 6 anos. As duas casas recebem ajuda do governo do Estado.
O sobrado novo foi construído pelo Projeto Reviver, com recursos da comunidade. Foram R$ 400 mil, entre o terreno e a obra.
O Reviver pretende conseguir do Estado um prédio de uma creche que começou a ser construída perto da estação Carrão do metrô. Quer transformar o local em hospital-dia para crianças e mulheres com Aids.
O Reviver entraria com as obras e a Secretaria da Saúde, com os profissionais.
(…)”