Do Valor:
Após ser formalmente questionado sobre a metodologia e os critérios usados num levantamento sobre a hipótese de uma intervenção militar no Brasil, o Instituto Paraná Pesquisas pediu desfiliação da entidade que reúne as companhias do setor, a Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep). O pedido de desligamento após 14 anos de filiação foi enviado ontem pelo diretor do instituto, Murilo Hidalgo.
O objeto da desavença é uma pesquisa divulgada pelo instituto em 28 de setembro segundo a qual 43,1% dos brasileiros seriam a favor de uma “intervenção militar provisória” no Brasil. Conforme o Paraná Pesquisas, outros 51,6% manifestaram oposição à hipótese, 5,3% não opinaram.
O relatório do levantamento informa que essa pesquisa foi realizada “a partir de questionário online (encaminhados à base cadastrada do Grupo Paraná Pesquisas) entre os dias 25 e 28 de setembro”. Diz ainda que “foi utilizada uma amostra de 2.540 brasileiros”, o que resulta numa “margem estimada de erro de 2% para os resultados gerais”.
O presidente da Abep, Duilio Novaes, disse ao Valor que ficou “assustado” com os 43,1% de brasileiros favoráveis à intervenção militar, mas não encontrou “esclarecimentos sobre a metodologia” do estudo nos veículos que reproduziam os resultados.
A confusão aumentou no dia seguinte quando um colunista do portal “R7” divulgou uma “outra pesquisa” do instituto Paraná sobre o mesmo tema, mas com pergunta e resultados diferentes. Sob o título “Maioria dos brasileiros quer intervenção militar caso corruptos não sejam punidos”, o colunista informou que 50,6% dos brasileiros responderam que são a favor da volta dos militares “caso a Justiça não puna os corruptos”. Nesse caso, os contrários seriam 43,4%; e os que não responderam, 6%.
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