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“Pessoa do bem”: empresário que matou policial “não era violento”, diz família

O empresário Rogério Saladino matou policial civil e morreu após troca de tiros. Foto: Reprodução

A família do empresário Rogério Saladino, que matou uma policial civil e morreu após troca de tiros com outro agente, afirmou que ele era uma “pessoa de bem”. Em nota, familiares ainda criticaram a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

O comunicado divulgado alega que o empresário foi avisado por um funcionário que “tudo indicava que estavam sendo alvo de um assalto”. A família também diz que ele acreditava se tratar de um crime porque a casa vizinha foi roubada no dia anterior.

A policial civil Milene Bagalho Estevam, morta pelo empresário, foi ao endereço justamente para coletar imagens do crime contra o vizinho. A versão da família ainda alega que ele deu dois tiros para o alto, abriu o portão da garagem e disparou contra a agente, acreditando que seria uma “situação de legítima defesa”. O vigilante particular Alex James Gomes Mury (49), que trabalhava para o empresário, também morreu no confronto.

O comunicado dos familiares de Saladino também pedem para a Secretaria de Segurança rever “seus controles” e reclamam que o temor de assaltos na região “não é novidade”.

Leia a nota na íntegra:

A família do empresário Rogério Saladino vem a público prestar alguns esclarecimentos relativos à trágica ocorrência de sábado,16, que lamentavelmente, ceifou a vida da policial Milene Estevam, do colaborador Alex James e do próprio Rogério.

Como já foi amplamente divulgado, no dia dos fatos, Rogério recebia seis amigos em sua residência para um pequeno almoço de confraternização. Determinado momento, por volta das 18h30, Rogério foi alertado por um de seus colaboradores que tudo indicava que estavam sendo alvo de um assalto.

Alarmado com o fato de que a residência do seu vizinho havia sido assaltada no dia anterior, Rogério, supondo situação de legítima defesa, desferiu dois tiros para o alto, abriu o portão da garagem, e desferiu o tiro que veio a vitimar fatalmente a policial Milene. Na sequência, o próprio Rogério foi atingido e caiu no interior da garagem. Em seguida, segundo relatos, o colaborador Alex, também em situação de possível legítima defesa, se apropriou da arma que se encontrava no chão com intuito de defender Rogério, os amigos que se encontravam no interior da casa e sua própria vida; porém, acabou sendo ele próprio o alvo de outros disparos efetuados pelo policial que acompanhava Milene na operação, culminando com a morte de ambos.

O medo de assaltos instaurado na região tampouco é novidade. O funcionário Alex tinha suas razões para imaginar que seria mais um caso. Rogério acreditou que seria ele a nova vítima do roubo e procurou proteger a si mesmo e seus convidados, mesmo diante do perigo que estaria por vir.

Nem Rogério e nem Alex eram conhecidos como pessoas violentas, pelo contrário. As ocorrências pretéritas noticiadas não esclarecem os casos como deveriam. Uma se refere a um atropelamento ocorrido há mais de 25 anos, no qual Rogério prestou imediato socorro à vítima e assistência à família; a outra, um suposto crime ambiental solucionado por meio de um ajuste de conduta com a justiça do município de Natividade da Serra, interior de São Paulo.

Rogério sempre foi um empresário respeitado na área de medicina de diagnóstico, um grande empregador admirado por todos seus colaboradores, fornecedores e clientes.

De boa-fé, acreditamos que as circunstâncias não foram favoráveis a nenhum dos envolvidos. Esperamos, com a mesma sinceridade, que a Secretaria de Segurança Publica possa avaliar com costumeiro cuidado e diligência o caso, revendo seus controles para que episódios tão lamentáveis como este, que acabaram por vitimar pessoas do bem, não se repitam. Fica nosso luto por Milene, Alex e Rogério.

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