“Por que voltaram?”: Cristina Serra questiona retorno dos militares ao poder
O general Pazuello assumiu o Ministério da Saúde com 15 mil mortos pela pandemia e deixou o cargo, dez meses depois, com mais de 300 mil cadáveres nas costas. Pazuello não tinha nenhuma credencial para o posto e ainda exibiu subserviência degradante ao genocida. “Um manda e o outro obedece” é sua frase que ficará para a história.
O desastre Pazuello contamina a imagem do Exército e a dos militares que decidiram trilhar o caminho de volta para a política, da qual haviam se afastado (ou pareciam ter se afastado) desde que o general Figueiredo deixara o Palácio do Planalto pela porta dos fundos, em 1985, pedindo: “Me esqueçam”. Por que voltaram?
Pistas podem ser encontradas na análise do coronel da reserva Marcelo Pimentel em artigo para o livro “Os Militares e a Crise Brasileira” (organizado por João Roberto Martins Filho) e também em alentada entrevista para o podcast Roteirices, de Carlos Alberto Júnior. Pimentel é um crítico da participação política dos fardados, que considera um risco à consolidação do Estado democrático de Direito. Identifica na atuação deles o que chama de “Partido Militar”, que cultiva autoimagem “salvacionista” e tem fundo ideológico antiesquerda.
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