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Pressionada, Vera Magalhães critica grande imprensa por publicar anúncio de médicos negacionistas

Vera Magalhães no Roda Viva. Foto: Reprodução/YouTube

A jornalista Vera Magalhães sempre foi uma jornalista que defendeu os interesses dos grandes empresários das comunicações e de políticos de direita, como o governador João Doria Jr.

Quando era colunista do Estado de S.Paulo, Vera se incomodou e defendeu o editorial vergonhoso “Uma Escoilha Difícil”. Mesmo assumindo que ela não escreveu o texto, Vera Magalhães não ficava contente em ver os críticos da velha imprensa no Twitter.

Vera também falou nas redes que não aceitaria fazer uma entrevista com o ex-presidente Lula no programa Roda Viva, que ela apresenta na TV Cultura. A emissora afirmou que as declarações de Vera Magalhães sobre Lula “não refletem as posições da emissora”.

Atualmente, Vera Magalhães trocou o Estadão pelo jornal O Globo, além de participar da Rádio CBN.

Com o anúncio de médicos negacionistas que recomendam cloroquina nas páginas de publicidade dos grandes jornais, Vera demorou, mas finalmente se pronunciou sobre o caso.

No Twitter:

“Muita gente me questionando sobre a publicação de anúncios, em todos os jornais, com o manifesto de certa associação de médicos negacionistas pelo tratamento precoce, algo que a ciência e os médicos sérios já trataram de refutar. Vamos de fio, porque são muitos aspectos a abordar.

1. O primeiro é que esse tipo de decisão não passa pela redação dos jornais. Não estou na “cozinha” de nenhum veículo hoje e não sei qual o caminho o tal anúncio percorreu, mas certamente as redações não foram consultadas.

2. Dito isso, acho que esse tipo de publicidade, quando veiculada no meio de uma pandemia, constitui, sim, um desserviço para algo que os veículos têm feito questão de fazer: levar informação científica confiável à população em meio a tantas mortes e tanta desinformação.

3. Iniciativas dos veículos de mídia têm sido essenciais para levar ao público dados e informações que muitas vezes o governo tentou falsear ou escamotear. Dois exemplos: o balanço diário de casos e mortes por covid-19 e a campanha “Vacina Sim”.

4. Exatamente por isso, lamento muito ver estampada uma peça de desinformação como essa nos maiores jornais do Brasil. Explicar a diferença entre publicidade e redação para o público é quase tão difícil quanto conceitos de epidemiologia. A revolta é grande, e justificada.

5. Acho que cabe uma manifestação dos jornais, bem como uma decisão, de agora em diante, de que anúncios que propaguem terapias ou tratamentos no curso da pandemia devem ser previamente submetidos à redação, para que não sabotem o trabalho essencial que a imprensa tem feito”.

https://twitter.com/veramagalhaes/status/1364299424470609922